Dados do Trabalho


TÍTULO

COMPLICAÇÕES PÓS-CIRÚRGICAS DA HISTERECTOMIA: UMA REVISÃO LITERÁRIA

OBJETIVO

Fazer um levantamento das principais complicações que acometem as pacientes submetidas à exérese do útero.

MÉTODO

O estudo bibliográfico foi realizado em plataformas digitais renomadas, como Scielo, PubMed e LILACS. Foram utilizados seis artigos originais publicados em língua portuguesa entre os anos de 2000 e 2018.

RESULTADOS

A histerectomia é a segunda cirurgia ginecológica mais realizada – superada apenas pela cesárea – em mulheres em idade reprodutiva. As afecções benignas, a exemplo dos miomas uterinos, encontram-se entre as indicações mais comuns. Embora o evidente aprimoramento das técnicas cirúrgicas e dos cuidados intra e pós-operatórios tenha tornado a cirurgia relativamente segura, a morbidade associada não pode ser desprezada. Dentre as principais complicações pós-cirúrgicas conhecidas encontram-se lesão de bexiga e/ou ureter, ITU (Infecção do Trato Urinário), sepse, obstipação intestinal, hematoma de cúpula vaginal, hemorragia, choque hipovolêmico e disfunções do assoalho pélvico – como prolapso genital e incontinência urinária. Vale ressaltar que a morbidade infecciosa é uma complicação pós-cirúrgica importante neste cenário, sendo a infecção do sítio cirúrgico uma das causas primordiais. É sabido que as principais vias de abordagem cirúrgica para a realização da exérese uterina são a abdominal por laparotomia ou laparoscopia e a vaginal. É indubitável que a histerectomia vaginal simples é menos invasiva se comparada à abdominal laparoscópica, visto que dispensa incisão do abdome e pode ser realizada sem anestesia geral. Ademais, o volume de sangue perdido no intra-operatório é menor, bem como o tempo cirúrgico; a intensidade da dor no pós-operatório também é inferior, o que reduz tanto o uso de analgésicos quanto o tempo de permanência no hospital, conferindo menor risco de complicações. A intervenção pode ainda ser classificada em total, quando há remoção do corpo e do colo uterino; subtotal, quando não há a retirada do colo; e radical, quando além do corpo e colo, é feita a exérese dos paramétrios e da porção superior da vagina. A última, por estar associada a maior ressecção cirúrgica, apresenta, em teoria, maior risco de lesão, marcadamente urológicas.

CONCLUSÕES

A análise literária demonstra que embora a histerectomia seja um dos procedimentos mais frequentes nas áreas de ginecologia e obstetrícia, tendo sido aprimorada ao longo dos anos, ainda apresenta risco de complicações no pós-operatório. A escolha adequada tanto da técnica quanto da via cirúrgica, entretanto, tem o potencial de reduzi-lo, sendo, nesse sentido, a via vaginal preferível à abdominal, apesar de ainda ser menos utilizada. Portanto, o treinamento e consequente incremento de experiência por parte dos cirurgiões deve ser estimulado com o fito de minimizar a relutância desses em realizar a histerectomia vaginal simples em pacientes sem prolapso genital, mesmo que haja indicações e evidências suficientes da eficácia desta modalidade em tal condição.

Área

GINECOLOGIA

Instituições

Centro Universitário Tiradentes - Alagoas - Brasil

Autores

Fernanda Melo Oliveira, Yanka Maria Leite Santos, Leticia Lima Oliveira, Diandra Alcântara Jordão, Bianca Sampaio Tavares, Maria Eduarda Freitas Melo, Alexandre José Calado Barbosa, Maria Eduarda Fragoso Calado Barbosa