Dados do Trabalho
TÍTULO
COLANGIOCARCINOMA COM CARCINOMATOSE PERITONEAL: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O colangiocarcinoma (CCA) é um tumor de ducto biliar que representa a segunda neoplasia maligna primária mais frequente na região hepato-biliar. Tem incidência de um ou dois casos por 100.000 pessoas nos EUA e representa cerca de 3% de todos os cânceres gastrointestinais no mundo. Pode originar-se no epitélio de qualquer parte da árvore biliar intra ou extra-hepática. É dividido conforme a sua localização, em intra-hepático, perihilar (tumor de Klatskin) e distal. Alguns potenciais fatores de risco para os CCM já foram estabelecidos: infecções parasitárias, colangite esclerosante primária, cistos dos ductos biliares, doença inflamatória intestinal, hepatite B e C, cirrose hepática, diabetes mellitus, obesidade, alcoolismo e tabagismo. A sua principal manifestação clínica é a icterícia, de caráter obstrutivo. Tem-se como objetivo relatar um caso incomum que mostra a necessidade de seguimento clínico de controle para melhor prognóstico do paciente.
RELATO DE CASO
Homem 55 anos, procedente de Codó – MA, diabético, com história de dor em região epigástrica há mais ou menos 1 mês, associada a náuseas, colúria, prurido generalizado, inapetência e perda ponderal (21kg em 1 mês). Apresentou icterícia (4+/4+) e dor à palpação profunda em hipocôndrio direito (HD). Ausência de linfonodos palpáveis. Em exames laboratoriais evidenciou-se: leucocitose progressiva, CA 19.9 de 843, Fosfatase Alcalina 829 e Gama GT 2956, Bilirrubina Total 45 às custas de Bilirrubina Direta que permaneceram elevadas durante a internação hospitalar (3 meses). A Tomografia Computadorizada (TC) de Abdome mostrava dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas com colédoco apresentando área amorfa em seu interior no terço médio, inespecífica e com reforço ao meio de contraste. Durante a segunda internação foi solicitada Colangiorressonância que mostrou massa bocelada 3,0 x 2,6 cm em terço proximal do hepatocolédoco com restrição à difusão, impregnando pelo contraste e com importante dilatação de vias biliares à montante, sugerindo neoplasia primária da via biliar. Hepatocolédoco 1,5cm de diâmetro. A TC de abdome na segunda internação mostrou: nódulo ovalar hipovascular medindo 12 x 1,7 cm, localizado abaixo da confluência dos ductos hepáticos; Fígado de contornos rombos e hepatimetria de 19,5cm. Foram evidenciadas: metástase intra-hepática e carcinomatose peritoneal; infiltrações hepáticas em segmentos IV e V, sendo retirado fragmento da lesão por biópsia hepática. O resultado da biópsia foi inconclusivo, sendo então solicitado o encaminhamento do material para a imunohistoquímica. O caso foi então avaliado como sem condição terapêutica cirúrgica. Paciente foi transferido para hospital de referência em câncer, para cuidados paliativos.
DISCUSSÃO
Ressalta-se a necessidade de reconhecer as particularidades dessa patologia rara para obtenção de diagnóstico precoce, uma vez que o tratamento cirúrgico quando possível, pode oferecer maior sobrevida a longo prazo para esses pacientes.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
Universidade Ceuma - Maranhão - Brasil
Autores
Juliana Barros Oliveira Silva, Madla da Silva Santos, Lianna Paula Guterres Corrêa, Suzane Katy Rocha Oliveira