Dados do Trabalho


TÍTULO

REVERSAO DA RESISTENCIA E PROTEÇAO CONTRA EFEITOS COLATERAIS DA DOXORRUBICINA POR FLAVONOIDE NO CANCER COLORRETAL

OBJETIVO

A cirurgia permanece como a principal modalidade terapêutica para o câncer de cólon, terceiro mais incidente no mundo, no entanto, cada vez mais importante é o papel da terapia adjuvante que não poupa as células normais, exercendo diversos efeitos inflamatórios e tóxicos em órgãos saudáveis. A mucosite, um dos principais efeitos colaterais da quimioterapia, afeta significativamente a qualidade de vida dos pacientes e traz grande preocupação quanto à suspensão da terapia utilizada. Os flavonoides demonstraram potencial antitumoral, de reversão de resistência a drogas e, especificamente em câncer de colón, o flavonoide modificado, Rutina hidrolisada (RH), apresenta potencial antitumoral. Obtido por reações enzimáticas a RH, composto com efeitos antiproliferativos, superiores aos da Rutina, tem ação antiinflamatória e antioxidante, com potencial benefício para os pacientes com CCR, pela reversão da resistencia à doxorrubicina e redução da mucosite, garantindo a manutenção e aderência destes pacientes ao tratamento. Pretende-se avaliar a ação antitumoral, tóxica clínica e alterações no trato gastrointestinal, bexiga, rins, fígado e coração da Doxorrubicina associada ou não a RH no câncer de cólon.

MÉTODO

Desenvolveu-se modelo animal de adenocarcinoma humano. Os tumores foram tratados a partir de 100mm³ de volume, sendo divididos em grupos: Naive (Normal, sem tumores), Controle (Tumores não tratados), RH (Tumores tratados com RH, na dose de 0,078mg/g), DOXO (tumores tratados com DOXO) DOXO + RH (tumores tratados com DOXO, em diferentes doses: 20, 10 e 7,5 mg/Kg associado a RH). A toxicidade clínica foi avaliada segundo critérios de WOLFEHNSON e LLOYD. Análises macroscópica e microscópica dos tumores, mucosas e órgãos foram executadas.

RESULTADOS

Os tumores se desenvolveram em 100% dos animais, não se observaram alterações em coração. O tumor não induziu a mucosite, mas gerou alterações em fígado e rins. Para a DOXO, na dose de 20mg, 100% dos animais apresentaram alterações em fígado e rim, e em 67% na mucosa de TGI, sem redução do tumor, enquanto a RH em monoterapia levou a alterações em fígado (100%), com 50% de mucosite, e ação antitumoral. Quando utilizada em dose habitual (20mg/kg) ou com redução para 10mg/kg, a associação da DOXO com RH demonstra efeito antitumoral e alterações em órgãos e mucosa de intestino delgado assim como grande número de complicações clínicas, inclusive com morte do animal. A redução da DOXO (10mg/Kg), associada a RH resultou em menor complicação clínica e em rim (100%). A redução da dose de DOXO para 7,5 mg/kg em associação à RH evidenciou não somente a redução do volume tumoral, de complicações clínicas, de toxicidade em fígado e rim como da mucosite.

CONCLUSÕES

A associação de RH a Doxorrubicina, em dose baixa, garante efeito antitumoral no câncer de cólon, reduzindo tanto as complicações tóxicas clinicas como as alterações no trato gastrointestinal, bexiga, rins, fígado e coração, podendo ser útil na manutenção da terapêutica pelos pacientes.

Área

EXPERIMENTAL / PESQUISA BÁSICA

Instituições

Universidade São Francisco - São Paulo - Brasil

Autores

MARINA ZECCHINI LOPES, ANA CAROLINA SANTOS RENNÓ, ISADORA MORAES MARCHESI, GIULIA MAZARO DE OLIVEIRA, GIULIA CARLI MENDES, JOSÉ AIRES PEREIRA, PATRICIA DE OLIVEIRA CARVALHO, DENISE GONÇALVES PRIOLLI