Dados do Trabalho
TÍTULO
EMBRIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DA ATRESIA JEJUNO-ILEAL DO TIPO “APPLE PEEL”
OBJETIVO
Objetiva-se compreender as alterações ocorridas no período embrionário responsáveis por desencadear a atresia jejuno-ileal do tipo IIIb de Grosfeld et al (1993). Busca-se verificar os mecanismos fisiopatológicos da alteração embrionária e como esse conhecimento pode auxiliar nas condutas desses casos na prática clínica e cirúrgica.
MÉTODO
Revisão exploratória da literatura de artigos selecionados em algumas das plataformas nacionais e internacionais de dados em Medicina e áreas correlatas, tais como PubMed, LILACS, BVS, Bireme. Critérios de inclusão e exclusão adotados por conveniência.
RESULTADOS
A compreensão acerca do desenvolvimento embriológico e suas influências nas desordens são fundamentais para adoção de melhores condutas e cuidado prestados aos casos de malformações congênitas. Nesse quesito, as atresias intestinais cursam como umas das principais patologias obstrutivas do recém-nascido; têm como apresentação clínica vômitos biliosos, de modo que a maior parte dessas atresias tende a se situar distal à papila. Presença de vômitos biliosos auxilia consideravelmente na suspeição e definição diagnóstica. As atresias intestinais são malformações decorrentes de defeitos na recanalização do estágio sólido do tubo intestinal ou de acidentes vasculares de interrupção do fluxo sanguíneo para as alças no estágio de formação entre a 9ª e 11ª semana de gestação. A variante “apple peel” (também conhecida como “Intestino em Casca de Maçã”) representa 5% das causas de obstruções intestinais e é provocada por um distúrbio autossômico recessivo. Na classificação de Grosfeld el al (1993), a variante IIIb tem sido descrita e cunhada como “apple peel”. A teoria mais aceita descreve que no estágio de desenvolvimento ocorre um acidente vascular intrauterino no comprometimento de ramos da artéria mesentérica superior. Com esse fenômeno, acontece prejuízo da irrigação do duodeno distal, jejuno e íleo proximal. De modo que essas regiões a montante têm falha do desenvolvimento, mais susceptíveis a ocorrência de má formações. A relação ao termo “apple peel” remonta a configuração embriológica a partir do momento de oclusão do delgado com formação intestinal em espiral em torno de ramos da mesentérica superior em semelhança e lembrança a uma “casca de maçã”.
CONCLUSÕES
Devido a essa configuração, o reparo da variante “apple peel” é complexo e requer grande entendimento das alterações anatômicas e embriológicas das alterações, já que a conformação e gravidade das alterações remontam aos defeitos ocorridos nos períodos embrionários. Quanto mais alterações no período embrionário supracitado, maiores serão as variações anatômicas Sabe-se que as alterações no período embriológico são complexas, entretanto duas merecem destaque: falência na recanalização do tubo digestivo e insuficiência no suprimento vascular, culminando no desenvolvimento irregular de determinados segmentos intestinais e o “espiralamento” em torno dos ramos da mesentérica superior. Essas alterações conferem o aspecto de “apple peel”.
Área
CIRURGIA PEDIÁTRICA
Instituições
UNICEPLAC - Distrito Federal - Brasil
Autores
Júlio Cesar Lacerda Garcez , Natália Rodrigues do Nascimento, Karen Juliana Neres Padilha , Leandra dos Reis Nunes, Luiz Felipe Gontijo Ribeiro Caetano, João Pedro Cavalcante Roriz Teixeira , Pedro Hidekatsu Melo Esaki, Acimar Gonçalves da Cunha Júnior