Dados do Trabalho


TÍTULO

FATORES PREDITIVOS DO TEMPO DE INTERNAÇÃO EM PACIENTES SUBMETIDOS A COLECISTECTOMIAS LAPAROSCÓPICAS

OBJETIVO

A colecistectomia é a segunda cirurgia abdominal mais realizada no mundo, e as técnicas para reproduzi-la estão em constante renovação. Dentre elas, a execução por via laparoscópica, realizada pela primeira vez em 1985, trouxe diversas vantagens em relação à técnica laparotômica (aberta), incluindo diminuição do trauma cirúrgico e o consequente retorno mais rápido à funcionalidade total do paciente, menor uso de antibiótico, menor complicações pós-operatórias e redução do tempo de internação. Devido a essas vantagens, a colecistectomia videolaparoscópica possui custo global menor que a abordagem laparotômica.
Caso não ocorram complicações, a colecistectomia laparoscópica permite que os pacientes recebam alta após 24 horas do procedimento. Porém, as taxas de atraso nesse quesito chegam a 37%, levando a maiores custos hospitalares, menor taxa de rotatividade nas enfermarias e predispõe os pacientes a infecções hospitalares. Esse trabalho objetiva analisar os fatores preditivos do prolongamento da permanência hospitalar de pacientes submetidos a colecistectomias videolaparoscópicas em um hospital público ligado à rede assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS).


MÉTODO

Estudo retrospectivo, observacional e documental, aprovado no Comitê de Ética da Universidade de Fortaleza sob número CAAE: 67898717.0.0000.5052. Foram coletados retrospectivamente os prontuários dos pacientes de ambos os sexos, com idade mínima de 18 anos e que foram submetidos a colecistectomia videolaparoscópica durante o período de janeiro a abril de 2017 e realizadas no Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA). HMJMA é um hospital secundário ligado ao SUS, localizado em Fortaleza, Ceará, Brasil.

RESULTADOS

Foram coletados 187 prontuários, dos quais, 70,2% eram do sexo feminino, a média de idade foi 42,9 + 14,2 anos, a média do IMC 28,41 + 5,30 kg/m², a média do tempo de cirurgia 91,07 + 35,05 minutos, 74,3% foram classificados como ASA 1 e 25,7% ASA 2 e 30,1% haviam relatado crise recente.
Utilizando regressão linear, demonstramos que os dias de internação de um paciente pode ser previsto pelo tempo de cirurgia (p<0,01) e o ASA (p<0,01). Desse modo, cada minuto a mais de cirurgia aumenta 0,013 dias de internação, já o aumento do escore ASA, de 1 para 2, aumenta em 0,85 dias o tempo internação hospitalar. A idade não foi fator significante em nossa amostra (p=0,75). Quando analisamos a amostra em grupos, observamos que a média de internação dos pacientes com ASA 1 (2,19 + 0,60) são significativamente menores (p=0,04) que os com ASA 2 (3,04 + 2,76). Não foram identificadas relações significativas a comparação dos seguintes grupos: atividade física (p=0,93); sexo (p=0,14); data em relação à última crise (p=0,19).

CONCLUSÕES

O escore ASA e o tempo de cirurgia influenciaram diretamente o tempo de internação do paciente submetido a colecistectomia videolaparoscópica.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Unifor - Ceará - Brasil

Autores

Carlos Magno Queiroz da Cunha, Matheus Facó Jesuíno Simões, Daniel Dias de Holanda Freitas, Vinicius Farina Sartori, José Walter Feitosa Gomes, Rafael da Silva Cunha, Francisco Julimar Correia de Menezes, Douglas Marques Ferreira de Lima