Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO CONCOMITANTE DE HERNIA VENTRAIS EM OBESOS MORBIDOS DURANTE CIRURGIA BARIATRICA/METABOLICA.

OBJETIVO

A hérnia ventral é uma complicação comum após procedimentos abdominais abertos com uma incidência de aproximadamente 10%. O papel da laparoscopia na correção de hérnia ventral (LVHR) não foi totalmente delineado, em especial em obesos mórbidos. Hérnias ventrais englobam um grupo heterogêneo de hérnias que são classificadas, de acordo com a Sociedade Européia de Hérnia, como primária ou incisional. As hérnias primárias incluem hérnias umbilicais, epigástricas, espigelianas e lombares. Hérnias incisionais incluem qualquer hérnia ventral recorrente, hérnia de incisão prévia ou hérnia traumática. Esses tipos de hérnia são muito diferentes em sua fisiopatologia, resultados e gerenciamento. Embora estudos tenham mostrado que a obesidade não é uma contraindicação para a LVHR, o papel do uso de suturas transfasciais (TFS) nessa população em particular não é bem estudado. Assim, objetivamos examinar LVHR com TFS em pacientes obesos com hérnias da parede abdominal durante cirurgias bariátricas/metabólicas.

MÉTODO

Entre setembro de 1998 e dezembro de 2017, 201 pacientes foram submetidos a LVHR em nosso serviço durante cirurgia bariátrica/metabólica com hérnias da parede abdominal primárias ou incisionais, excluindo as hérnia lombares e espigelianas foram elegíveis para reparo com TFS. Utilizamos Proceed mesh (Ethicon); Parietex composite mesh ou Symbotex composite mesh (Covidien, Norwalk, CT) que foram fixadas à fáscia usando com grampos helicoidais obtendo pelo menos uma sobreposição de 5 cm seguida de fechamento do orifício com passa fio utilizando fio de polipropileno 2-0. Correlação entre IMC, área de superfície do defeito, tempo operatório, morbidade e estadia pós-operatória foi avaliada. Assim como avaliamos a recidiva ao longo de 10 anos.

RESULTADOS

72% eram homens. A média de idade foi 49±6anos. O IMC médio foi de 42±12kg.m-2. 74% eram hérnias incisionais, a maioria de apendicectomia; cirurgia bariátrica aberta prévia e o restante hérnias primárias. O tempo operatório médio foi de 64±22minutos. Houve um tempo de internação de 3,4±1,2 dias e não houveram complicações sistêmicas. 22% dos doentes tiveram serosa na ferida operatória, tratados clinicamente. A mortalidade foi zero. A recidiva em 5 anos foi maior nas hérnias umbilicais volumosas (>6cm). A taxa global de recidiva foi de 22% em 10 anos (follow-up de 72%).

CONCLUSÕES

O tratamento das hérnias ventrais em obesos mórbidos durante cirurgias bariátricas/metabólicas é um método seguro, de baixa morbidade com recidiva equivalente à literatura médica e pode ser realizado em doentes previamente selecionados com uma equipe treinada em ambos os procedimentos.

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE - METABÓLICA

Instituições

Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás - Goiás - Brasil

Autores

LEONARDO EMILIO DA SILVA, CLAUDEMIRO QUIREZE JR., RODRIGO BARCELOS FERREIRA DE CARVALHO, EDUARDO SILVESTRE VAZ COSTA, FABIO MAHAMED RASSI, ANA CAROLINNE ALVES MARIANO, LUIZ AUGUSTO GERMANO BORGES, MAXLEY ALVES MARTINS