Dados do Trabalho
TÍTULO
GASTROPLASTIA VERTICAL NO TRATAMENTO CIRURGICO DA OBESIDADE
INTRODUÇÃO
A técnica operatória da gastroplastia vertical (GV) foi descrita por Marceau e Hess como primeira etapa em um “duodenal switch”, posteriormente foi difundida como um procedimento eficiente para o tratamento da obesidade. Com este procedimento observa-se uma perda ponderal significativa, o que permite a suspenção da etapa intestinal, na qual ocorreria a retirada do duodeno.
Essa técnica tem a vantagem de não gerar problemas de má-absorção, como de ferro e cálcio, pelo fato de não alterar o contato dos alimentos com as paredes intestinais e com suas respectivas enzimas digestivas. Além disso, por não possuir anastomoses digestivas, oferece menor risco de complicações no pós-operatório em comparação a outras técnicas. Dessa forma, o tema tem grande relevância cirúrgica devido as diferentes técnicas de cirurgia bariátrica que se enquadra de acordo com o perfil do paciente. Sendo importante as publicações sobre o procedimento para relatar o que deve ser realizado, seus benefícios e desvantagens.
RELATO DE CASO
Trata-se de uma gastrectomia vertical em sleeve em uma mulher de 50 anos, hipertensa, em tratamento com losartana 50mg/dia, portadora de um IMC=38 e com tentativas de emagrecimento há mais de dez anos (fármacos, atividades físicas, tratamento psicológico) mas sem sucesso terapêutico e reganho de peso.
A priori, instalou-se pneumoperitônio e cinco trocárteres no abdome e fez a ligadura dos vasos da grande curvatura. A desvascularização e a gastrectomia foram iniciadas na altura do piloro estendendo-se ao ângulo esofagogástrico. Seccionou-se as coalescências da parede posterior do estômago e estruturas adjacentes para um grampeamento simétrico entre a parede posterior e anterior.
Grampeou-se a partir do piloro em direção ao antro gástrico, introduziu a sonda pela boca até a luz duodenal. A partir da incisura angular foi feito grampeamento justo à sonda modeladora e secção em direção à cárdia. Finalizou-se com sobressutura da linha de grampeamento e drenagem da cavidade peritoneal.
DISCUSSÃO
A obesidade é a segunda principal causa de morte e uma epidemia fora de controle com altos custos8. Assim, a escolha pela GV tem aumentado por se apresentar como efetivo à perda de peso, demonstrar baixa morbimortalidade e bons resultados pós-operatórios. No caso, a paciente está coerente às indicações de tratamento cirúrgico da obesidade mórbida: IMC>35 kg/m2 mais comorbidade (hipertensão arterial); mais de 2 anos de tratamento clínico prévio ineficaz, etc.
Contudo, essa técnica operatória não está totalmente padronizada, além de não haver consenso em relação ao calibre da sonda utilizada para o “molde” intragástrico e para determinação do diâmetro do estômago remanescente. Há também complicações pós-operatórias comuns como o aparecimento de fístulas e a doença do refluxo gastroesofágico. Sendo assim, o levantamento de relatos de casos como esse possibilita a compreensão da eficácia e aprimoramento da técnica cirúrgica.
Área
CIRURGIA DA OBESIDADE - METABÓLICA
Instituições
Universidade Federal do Acre - Acre - Brasil
Autores
Andersson Soares Moreira, Cinndy Geovana Castro Aguiar, Ícaro Henrique Mageste da Mota Bastos, Isabella Araújo Nobre, Lucas Campos Rodrigues, Maíra Garcia de Andrade, Monaliza Lúcio Mendes Reis, Vanessa Gregório de Góes