Dados do Trabalho
TÍTULO
ANEURISMA DE AORTA ASCENDENTE TORACICA - UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Aneurisma de Aorta (AA) pode ser definido como a delaminação das paredes desse vaso induzida pela infiltração de uma coluna de sangue que percorre um espaço virtual entre a adventícia e a mínima. Existem diversas classificações relacionadas, sendo a Classificação de Stanford uma das mais utilizadas, a qual divide os Aneurismas de Aorta em Stanford A (todas as dissecções envolvendo aorta ascendente, independente do ponto de origem) e em Stanford B (todas as dissecções que não envolvem a aorta ascendente).O pico de incidência é na sexta e sétima década de vida, sendo os homens mais afetados. O paciente geralmente refere dor torácica de forte intensidade, com tendência a irradiar para as costas e para o abdome.
RELATO DE CASO
Homem, 56 anos, hipertenso e com histórico de cirurgia de reposição de válvula aórtica biológica há 16 anos, deu entrada no Setor de Emergência Cardiopulmonar de Hospital Terciário com queixa de intensa dor torácica com início há cerca de uma semana. Ao exame físico, apresentava-se dispneico, com assimetria de pulsos em membros superiores (PA de 160x80 mmHg em membro superior direito e de 150x70mmHg em membro superior esquerdo) e ausculta cardíaca com ritmo cardíaco regular, em 2 tempos, e com presença de sopro , de intensidade 5+/6+, sistólico ejetivo e diastólico aspirativo audível em todos os focos (mitral , aórtico, triscúpide e pulmonar). Ao traçado do ECG, havia presença de ritmo sinusal regular, com frequência de 62 bpm, eixo próximo a 0°, QRS estreito (menor que 0,12 segundos), supra de ST em V3 e inversão de onda T em V5, V6. A radiografia simples de tórax evidenciou alargamento de mediastino. O ecocardiograma mostrou hipertrofia concêntrica de ventrículo esquerdo, disfunção de prótese aórtica biológica com refluxo de grau moderado e dilatação aneurismática de aorta ascendente torácica, medindo cerca de 8,2 cm e presença de imagem hiperrefringente, pouco móvel, no seu interior e com demais seguimentos da aorta com dimensões aparentemente normais. A TC realizada registrou a extensão do aneurisma e a relação com as estruturas adjacentes. O paciente foi internado, não apresentando complicações (exceto dificuldade para controle da PA, última aferição: 138x72 mmHg) e foi encaminhado para tratamento cirúrgico do aneurisma.
DISCUSSÃO
A suspeita clínica é fundamental para a investigação de Aneurisma de Aorta, sendo essencial a realização de exames de imagem para confirmação diagnóstica. O tratamento deve ser feito com o intuito de controlar a PA, a FC e a dor (podem contribuir para processo de dissecção). Entre outras indicações, o tratamento cirúrgico deverá ser realizado em pacientes sintomáticos, em assintomáticos com diâmetro maior ou igual a 55 mm ou aumento maior que 0,5 cm/ano, em assintomáticos com valvulopatia aórtica que necessite de reparo ou troca com diâmetro de aorta ascendente maior que 45 mm e em assintomáticos com diâmetro maior ou igual a 40-50 mm (em síndromes como Loeys-Dietz, Turner e Marfan e em casos de valva aórtica bicúspide).
Área
URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS
Instituições
UFC - Ceará - Brasil
Autores
José Mozart Ribeiro Neto, Patrick Castelo Branco Ramada Campos, Gustavo Mesquita de Oliveira, Matheus Augusto Mesquita Fernandes, Ana Caroline Guedes SIlva, Raíssa Helen de Andrade Praciano, Filadelfo Rodrigues Filho, Frederico Carlos de Sousa Arnaud