Dados do Trabalho
TÍTULO
TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL GIGANTE INVADINDO RETROPERITÔNIO: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Os tumores estromais gastrointestinais (GIST), apesar de raros, dentre as neoplasias mesenquimais, são as mais comuns do trato gastrointestinal. Predominam entre a 5ª e 7ª década de vida. São mais frequentemente localizadas no estômago e intestino delgado proximal, mas podem ser encontradas em qualquer segmento do TGI. Inicialmente, a maioria dos portadores é assintomática ou com sintomas inespecíficos, pois o tumor se expande sem infiltrar os órgãos adjacentes. O tratamento padrão consiste em ressecção cirúrgica completa. O presente relato visa expor um caso clínico de tumor gigante GIST do trato gastrointestinal, tratado previamente com quimioterpia direcionada para sarcoma sinovial, tendo diagnóstico definitivo apenas o após procedimento cirúrgico de resgate, devido a falha terapêutica inicialmente proposta.
RELATO DE CASO
Homem, 49 anos, deu entrada na emergência com quadro de dor epigástrica, associado à massa palpável, negava outros sintomas. TC de abdome: volumosa lesão expansiva hipodensa de aproximadamente 22,5x12,6x18 cm de diâmetro, com realce heterogêneo pelo contraste ocupando a região mediana e direita do epigástrio. Com caráter expansivo, deslocava posteriormente a vesícula, veia porta e possuía plano de clivagem bem definido com o parênquima hepático. Biópsia hepática guiada por USG mostrou aspecto histológico de neoplasia sem determinação da histogênese, com padrão de proliferação celular atípica monomórfica, e por exclusão, as características levantaram maior possibilidade de tumor mesenquinal, devendo ser considerada também a possibilidade de sarcoma sinovial por expressão de TCLE-1. Todas as investigações de tumor primário realizadas, foram negativas. O paciente após não responder à 3 linhas de quimioterapia para sarcoma sinovial/sítio 1º oculto, foi encaminhado para a avaliação cirúrgica, sendo submetido à laparotomia exploradora e ressecção de tumor retroperitoneal e órgãos contíguos. O exame macroscópico descreveu tumor abdominal com peso de 8,5 kg medindo 33x27x16cm com superfície externa bocelada, formada por massas coalescentes entre si, aderidas à segmentos do intestino delgado e omento. Anátomo-patológico: Neoplasia pouco diferenciada, epitelioide, difusamente infiltrativa em tecidos moles abdominais e segmentos intestinais representados, imuno-histoquímica compatível com GIST. Evoluiu satisfatoriamente no pós-operatório, sendo iniciado quimioterapia adjuvante com Imatinibe.
DISCUSSÃO
No relato de caso, foi descrito um tumor gigante gastrointestinal de localização gástrica e delgado proximal (local de maior prevalência), as manifestações clínicas, que foram inesperadas, surgiram pelo incômodo relacionado ao tamanho do tumor. O diagnóstico foi fundamentado no exame histo-patológico da peça cirúrgica, haja vista biópsia anterior à cirurgia não ser conclusiva para GIST. O tratamento consistiu na ressecção cirúrgica tumoral, seguida de terapia com Imatinibe buscando a remissão da doença, atualmente o padrão-ouro no tratamento oncológico de GIST.
Área
ESTÔMAGO E DUODENO
Instituições
Hospital Regional de Mato Grosso do Sul - Mato Grosso do Sul - Brasil
Autores
Carolina Belon Zago, Karoline Pascoal Ilidio Peruchi, Cezar Augusto Vendas Galhardo, Camila Rodrigues Gonçalves, Gabrielli Avelar Koga, Claudia Yanina Garcia, Caroline Turino Battini, Laura Feliciana Paulo