Dados do Trabalho


TÍTULO

LEIOMIOMA ESOFAGICO EM FERRADURA

INTRODUÇÃO

Os leiomiomas de esôfago são tumores benignos não-epiteliais, originam-se da muscular própria e muscular da mucosa. Mesmo raros, representam entre 60 a 70% de todas as neoplasias benignas do esôfago. Encontram-se mais comumente na forma ovalada, mas podem ser arredondados, semicirculares ou “em ferradura” e causam abaulamento regular do esôfago sem alteração da mucosa. Ocorrem mais frequentemente nos dois terços inferiores do órgão, têm relação homem-mulher de 2:1, e é mais comum em indivíduos com idade entre 20 e 59 anos. Até 50% dos pacientes são assintomáticos e os tumores constituem, nestes casos, achados incidentais durante um exame radiológico ou endoscópico por outros motivos. Sintomas são mais comuns em pacientes com tumores que ultrapassam 4 cm, sendo disfagia insidiosa o sintoma predominante. Outros sintomas são dor retroesternal, regurgitação, azia, tosse e perda ponderal. A endoscopia digestiva alta pode levantar uma suspeita, mas não fecha diagnóstico, sendo o ultrassom endoscópico o método de escolha, que associado a histologia e imunohistoquímica definem o diagnóstico de leiomioma.

DESCRIÇÃO DO VÍDEO

Paciente masculino, 30 anos, com história compatível com doença do refluxo, sem resposta ao tratamento clínico, cuja endoscopia revelou apenas uma esofagite de refluxo e uma pequena hérnia de hiato, foi encaminhado videolaparoscopia para fundoplicatura Nissen. No transoperatório, durante a dissecção da parede anterior do esôfago distal foi encontrado um abaulamento fixo a parede do esôfago. A medida que iniciou-se o processo de dissecção de liberação da massa, percebeu-se que ela estava em correspondência a camada muscular. Foi utilizado dissecção romba e com uso de energia mono e bipolar. Ao final da dissecção percebeu-se que era uma lesão esbranquiçada, endurecida, com formato correspondente a uma ferradura, de aproximadamente 2,5cm. Não houve abertura da mucosa e após a ressecção da lesão a cirurgia inicialmente programada teve continuidade, realizando uma fundoplicatura Nissen. O paciente evoluiu bem, a peça foi enviada para anatomopatológico e imunohistoquímica com a seguinte conclusão: O conjunto dos achados é consistente com o diagnóstico de Leiomioma.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, pode-se perceber que esta cirurgia se difere das demais, pois além do leiomioma esofágico já ser pouco comum, a forma apresentada era uma das mais raras. Esperava-se também que a endoscopia evidenciasse algum abaulamento ou o paciente apresentasse disfagia.

Área

ESÔFAGO

Instituições

UNIVALI - Santa Catarina - Brasil

Autores

PAULA DUTRA BERNHARDT, THAÍS DUTRA BERNHARDT, JOEL ANTONIO BERNHARDT, CARLOS COUTO, FELLIPE GUILHERME MANN, ÉDEN SARTOR CAMARGO, MURILO DALLA COSTA