Dados do Trabalho
TÍTULO
RELATO DE CASO: ADENOCARCINOMA ULCEROINFILTRATIVO EM COLON ASCENDENTE
INTRODUÇÃO
O intestino grosso é o local com maior incidência de neoplasias primárias. Cerca de 98% dessas neoplasias são classificadas como adenocarcinomas e começam em forma de lesões in situ, os adenomas ou pólipos adenomatosos. Os principais fatores de risco para o câncer localizado no intestino grosso incluem idade superior a 60 anos, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, ingesta de gordura animal, tabagismo e sedentarismo. O câncer colorretal, terceira neoplasia maligna mais frequente no mundo, geralmente é assintomático, entretanto, quando apresentam sintomas, pode se manifestar com alteração do hábito intestinal, dor abdominal, sangue oculto e alteração nas fezes. Tendo em vista os dados exibidos acima, este trabalho teve como objetivo relatar o caso de um paciente diagnosticado com adenocarcinoma ulceroinfiltrativo no cólon ascendente e utilizada como conduta a cirurgia curativa.
RELATO DE CASO
RCO, 69 anos, masculino. Tabagismo e ingesta de bebidas alcoólicas. Paciente chega ao consultório relatando sintomas gastrointestinais há dois meses, como desconforto abdominal, discreta distensão abdominal, alteração de trânsito intestinal e sangramento nas fezes. Ademais, relatou emagrecimento de 20Kg também nos últimos dois meses. TC de abdome mostrou formação nodular sólida e expansiva de 6,1cm de diâmetro no ângulo hepático do cólon ascendente. A lesão encontrada se apresentava intimamente próxima à superfície ínfero-medial do lado hepático direito. Houve ainda a presença de sinais sugestivos de paniculite mesentérica, esteatose hepática e hepatomegalia. Como impressão diagnóstica, sugeriu-se processo neoplásico primário. Realizada colonoscopia e a avaliação histopatológica descreveu a lesão como tumor ulceroinfiltrativo no cólon ascendente. Conduta escolhida foi a Hemicolectomia Direita sem colostomia com Linfadenectomia Retroperitonial. Durante cirurgia, foi notada a ausência de metástases e nódulos comprometidos macroscopicamente. Peça cirúrgica encaminhada para anatomopatológico e teve seguintes resultados: Adenocarcinoma mucinoso, invasor, colônico com margens livres. Linfonodos e Apêndice Cecal negativos para neoplasias. A classificação histopatológica pós cirúrgica, designada pTMN (Sistema TNM), denominou o tumor como pT4 – Invasão direta que perfura peritônio visceral e invade outros segmentos do cólon através da serosa), pN0, pM0.
DISCUSSÃO
Aproximadamente 85% dos tumores malignos do cólon são diagnosticados tardiamente e a média de idade do diagnóstico é em torno de 63 anos. A história natural do câncer de intestino propicia condições ideias para que ocorra a sua detecção precoce, devido à sua evolução a partir de lesões benignas em longos períodos, em média, 10 a 15 anos. Dado isso e aliado a alta incidência, medidas de rastreio para que haja a identificação precoce do tumor ou da lesão precursora são essenciais para a diminuição da morbidade e mortalidade.
Área
COLOPROCTOLOGIA
Instituições
UFSJ - Minas Gerais - Brasil
Autores
Thaís Oliveira Dupin, Wilson Santana Silva Junior, Cirênio de Almeida Barbosa, Weber Chaves Moreira