Dados do Trabalho


TÍTULO

UM E POUCO, DOIS E BOM, TRES E DEMAIS? VOLUME CIRURGICO DOS RESIDENTES DE CIRURGIA GERAL DA ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

OBJETIVO

O Colégio Brasileiro de Cirurgiões, junto com a Comissão Nacional de Residência Médica, especialistas e estudantes, vem debatendo, nos últimos anos, o acréscimo do terceiro ano ao Programa de Residência Médica em Cirurgia Geral. A câmara técnica do Conselho Federal de Medicina concorda que dois anos são insuficientes, de modo que o terceiro ano tornou-se realidade para os ingressos a partir de 2019. No entanto, nem todos os serviços têm condições de garantir esse acréscimo com qualidade, principalmente no quesito volume de procedimentos cirúrgicos extras. O desafio passa a ser aumentar o volume cirúrgico no mesmo cenário em que grande parte dos serviços depende de apenas um Hospital Universitário, dentro do qual o residente de cirurgia geral concorre com residentes de outras especialidades. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é relatar a experiência do Hospital Universitário da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo após a parceria com quatro hospitais satélites afiliados, no que diz respeito ao volume de procedimentos cirúrgicos para residentes de cirurgia geral.

MÉTODO

Estudo retrospectivo analítico, realizado no Programa de Residência Médica de Cirurgia Geral da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, durante período de março de 2018 a fevereiro de 2019. Todos os residentes do programa, tanto do primeiro quanto do segundo ano (R1 e R2), registraram os procedimentos cirúrgicos por eles realizados na condição de cirurgião principal ao longo de um ano de treinamento. Não foram contabilizados procedimentos nos quais o residente auxiliou ou instrumentou. O registro dos dados foi feito via smartphone através de formulário eletrônico criado exclusivamente para este fim, utilizando a plataforma Google Forms. Todos os residentes concordaram em participar da contabilização de forma voluntária. Foram analisados os seguintes dados: volume total de procedimentos, volume cirúrgico por ano de residência, volume cirúrgico por residente, volume cirúrgico por centro de ensino (hospital universitário federal ou afiliado), caráter do procedimento (urgência ou eletivo) e descrição por tipo específico de procedimento.

RESULTADOS

No período de um ano, foram contabilizados 9.952 procedimentos cirúrgicos realizados por residentes. Destes, 4.379 (44%) foram realizados por R1 e 5.573 (56%) por R2. O procedimento mais realizado por R1 foi apendicectomia aberta (média de 14,9 por R1). O procedimento mais realizado por R2 foi colecistectomia videolaparoscópica (média de 49,6 por R2). O número de procedimentos eletivos foi 6.768 (68%) e urgência 3.184 (32%). Do total, 79% dos procedimentos foram realizados nos hospitais afiliados, e 21% no Hospital Universitário. Ao se formar, o residente realiza uma média de 414 cirurgias.

CONCLUSÕES

O modelo de parceria entre Hospital Universitário e hospitais afiliados permite um aumento no volume total de cirurgias para os residentes, podendo ser a estratégia para se atingir o número necessário para sua formação.

Área

ENSINO MÉDICO

Instituições

Escola Paulista de Medicina/UNIFESP - São Paulo - Brasil

Autores

Lucas Scaranello, Martin Marcondes Castiglia, Frederico Teixeira Barbosa, Carlos Haruo Arasaki, Diego Adão Fanti Silva