Dados do Trabalho
TÍTULO
Gastrectomia subtotal em paciente com úlcera perfurada: relato de caso
INTRODUÇÃO
A doença ulcerosa péptica é uma das doenças mais
prevalentes e custosas. No Brasil, a prevalência de úlcera em homens e
mulheres é de 0,2% e 0,1%, respectivamente; a taxa de mortalidade nacional,
de 3,0/100 mil habitantes; as prevalências e taxas de mortalidade aumentam
com a idade, independentemente do sexo. Diante da problemática, é
extremamente importante saber o quadro clínico do paciente com úlcera
gástrica e suas complicações. Dentre essas, uma das mais perigosas é o
quadro de abdome agudo perfurativo que pode ser ocasionado pela progressão
da doença não diagnosticada e tratada precocemente. Nesse contexto, esse
estudo tem por objetivo relatar o quadro clínico, tratamento e evolução de um
paciente com abdome agudo perfurativo devido à presença de úlcera péptica
não tratada.
RELATO DE CASO
Paciente J. B. V., sexo masculino, 41 anos,
tabagista, foi admitido na emergência do Hospital Municipal de Altamira com
queixa de dor abdominal e vômitos com 2 dias de evolução. Ao exame físico
estava em regular estado geral, anictérico, afebril, hipocorado, desidratado,
sudoreico, dispneico, abdome distendido “em tábua”, doloroso difusamente,
ruídos hidroaéreos abolidos, sinais de peritonite, descompressão brusca
positiva, panturrilhas livres. Foram solicitados exames laboratoriais, revelando
leucocitose de 14000 p/mm3; e radiografias de tórax e abdome, rotina
radiológica de abdome agudo, que evidenciaram presença de pneumoperitônio,
sinal de Rigler e nível hidroaéreo. Devido ao resultado dos exames, a conduta
tomada foi a realização de laparotomia exploradora. Durante a cirurgia, foi
visualizada grande quantidade de secreção entérica e identificada úlcera
gástrica pré-pilórica perfurada. Realizou-se drenagem do abscesso
intracavitário, gastrectomia subtotal, reconstrução segundo a técnica de Billroth
I, lavagem exaustiva da cavidade, drenagem cavitária e fechamento por planos.
Deixado sonda nasoentérica (SNE) de Dubhoff transanastomótica. Foi iniciada
dieta enteral no terceiro dia do pós-operatório (DPO), e o paciente evoluiu com
melhora clínica. A progressão para a dieta oral assistida aconteceu no dia
seguinte. No quinto DPO foi retirada SNE e iniciada tração do dreno abdominal.
Recebeu alta hospitalar no sexto DPO, após a retirada do dreno, com
orientações gerais, aceitando dieta e sem queixas.
DISCUSSÃO
A gastrectomia subtotal, conduta de rara ocorrência, foi escolhida no caso descrito devido à lesão extensa na região pilórica. Evitamos a gastrorrafia devido à gravidade do caso e pelo risco de fistula gástrica pós-operatória. Foi escolhida a técnica Billroth I devido a área acometida pela lesão, ao invés de Billroth II, técnica indicada na maioria das literaturas. Por fim, a passagem da SNE além da segunda porção duodenal foi decisiva para a evolução clínica do paciente, pois foi possível iniciar a dieta precocemente, melhorando o quadro geral e resultando no sucesso terapêutico adotado.
Área
ESTÔMAGO E DUODENO
Instituições
Universidade Federal do Pará - Pará - Brasil
Autores
Peperson Pietro Cavalcante Carvalho, Evellyn Vitória Sousa de Loureiro, Hudson Fernandes Barile