Dados do Trabalho
TÍTULO
Análise comparativa entre prostatectomia transvesical e prostatectomia retropúbica no tratamento cirúrgico de hiperplasia prostática benigna
OBJETIVO
Analisar a diferença entre os desfechos pós-operatórios de prostatectomia simples aberta pela técnica transvesical e retropúbica.
MÉTODO
Estudo longitudinal, retrospectivo e analítico. Os dados foram coletados por meio da análise de prontuários dos pacientes submetidos à prostatectomia simples aberta pela técnica suprapúbica e retropúbica, entre janeiro de 2013 a dezembro de 2015 e janeiro de 2017 a dezembro de 2018. As variáveis categóricas foram descritas por frequências e percentuais e as variáveis quantitativas com distribuição simétrica, foram descritas pela média e o desvio padrão e as com distribuição assimétrica pela mediana e o intervalo interquartil. Foram associadas as variáveis categóricas pelo teste Exato de Fisher e as variáveis quantitativas com distribuição simétrica foram comparadas pelo teste t de Student para amostras independentes. As variáveis com distribuição assimétrica foram comparadas pelo teste de Mann-Whitney.
RESULTADOS
Foram incluídos nesta pesquisa 264 pacientes, 175 foram submetidos ao procedimento Prostatectomia Retropúbica (PRP), e 89 submetidos ao procedimento Prostatectomia Suprapúbica ou Transvesical (PTV). 64 (24,2%) pacientes apresentaram algum tipo de complicação, destes, 37 (41,6%) submetidos a PTV e 27 (15,4%) dos submetidos a PRP. O tempo de cirurgia foi semelhante entre as técnicas, com 120min PRP e 125min para PTV. Referente ao íleo pós-operatório 33 (37,1%) dos pacientes de PTV e 19 (10,9%) dos PRP apresentaram esta complicação (p<0,001). Também, 7 (7,9%) e 3 (1,7%) dos pacientes de PTV e PRP, respectivamente, apresentaram seroma (p<0,05). Dos submetidos a PTV, 3 (3,4%) apresentaram fístula urinária e nenhuma para o PRP (p<0,05). Dos 42 pacientes submetidos a litotomia vesical no mesmo tempo cirúrgico, 30 o fizeram pela técnica PRP e 12 pela técnica PTV, do total, 10 (23,8%) tiveram algum tipo de complicação pós-operatória, visto que 2 tiveram fístula urinária e 5 a necessidade de transfusão sanguínea. Dos 24 pacientes submetidos a diverticulectomia vesical no mesmo ato operatório, 4 deles foram submetidos a PTV e 20 a PRP. Dos pacientes que receberam alta hospitalar com sonda vesical de demora, foram da PRP 69,1% dos pacientes e 29,2% da PTV (p<0,001). O tempo de irrigação vesical foi de 4 e 3 dias para PTV e PRP, respectivamente (p<0,001), já os dias de internação, foi de 8 dias para PTV e 4 dias para PRP (p<0,001).
CONCLUSÕES
Conclui-se que a técnica de escolha, levando em consideração todas as variáveis, seria a retropúbica, com menos dias de internação hospitalar, menor necessidade de irrigação vesical contínua e menor taxa global de complicações, com tempo cirúrgico semelhante. Porém, a técnica transvesical, tem seu emprego bem determinado em casos com necessidade de diverticulectomia no mesmo tempo cirúrgico, demonstrando menor necessidade de alta hospitalar com sonda vesical, sendo de suma importância, individualizar cada caso para escolher a melhor técnica a ser empregada.
Área
UROLOGIA
Instituições
Hospital Ernesto Dornelles - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Marco Aurelio Azevedo Casanova, João Gabriel Mello Ramos, Kevin Verdin Phillips, Leonardo Castilho, Leandro Vicente Zoehler, Amanda Prestes Valente, Alexandre Deves, Gustavo Baldino Nabinger