Dados do Trabalho


TÍTULO

ASSOCIAÇAO DA TERAPIA EM CAMARA DE OXIGENIO HIPERBARICO NO TRATAMENTO DA SINDROME DE FOURNIER: UMA REVISAO SISTEMATICA.

OBJETIVO

A Doença de Fournier (DF) é uma fasceíte necrosante que afeta as partes moles do períneo. O tratamento atual consiste em antibioticoterapia e debridamento cirúrgico dos tecidos necrosados, mas ainda escala com uma alta morbimortalidade dentre os afetados. Este trabalho consiste em uma revisão sistemática sobre o uso da oxigenoterapia em câmara hiperbárica (OHB) como adjuvante no tratamento da DF.

MÉTODO

Foi realizada uma busca nos seguintes bancos de dados: Science Direct; PubMed; MedLine; LILACS; e Scielo. As palavras chaves utilizadas, que foram retiradas dos Descritores em Ciências da Saúde da Biblioteca Virtual em Saúde, são: “Fournier Gangrene” ou “Fournier’s Disease” e “Oxygen Therapy”. Os critérios de exclusão foram: 1) Revisões de literatura; 2) Capítulos de livro; 3) Relatos de caso; 4) Trabalhos incompatíveis com o objetivo do estudo; 5) Artigos cujo texto completo está indisponível. Os artigos incluídos foram: 1) Publicados entre 2010 e 2019 (últimos 10 anos); 2) Escritos em inglês, português, espanhol ou francês; 3) Estudos realizados com humanos.

RESULTADOS

A busca inicial reuniu 126 trabalhos, restando 59 após exclusão das duplicações, e 10, cuja leitura foi feita na íntegra, após a análise do título e resumo. 9 trabalhos renderam resultados utilizados pela análise. Os estudos tiveram uma amostra média de 35,90 ± 22,36 pacientes, variando de 8 a 70. Três deles não tiveram grupo controle. A utilização da OHB levou à redução média de 10 dias no tempo de cicatrização, conforme caracterizado por um dos trabalhos, a redução da mortalidade foi calculada por dois estudos e a média entre eles foi de 22,52% ± 2%. Um estudo colocou a extensão da área necrosada como fator prognóstico: o grupo sobrevivente tinha um média de 2,4% de superfície corporal acometida, enquanto que aqueles que tiveram cerca de 4,9% evoluíram para o óbito, apesar de ambos terem recebido a OHB, o único parâmetro laboratorial de discrepância pertinente foi a albumina sérica. Quanto ao número de sessões, um trabalho postulou que a variação estava em função do intuito terapêutico: se servirá ao controle de sinais clínicos (primeira semana), ou para a cicatrização. A média de sessões encontrada por um segundo estudo foi de 22,3, variando de 3 a 40.

CONCLUSÕES

De longe, a maior limitação apontada por todos os estudos foi o fato de se tratarem de amostras pequenas e, em sua maioria, estudos retrospectivos. Nenhum deles chegou a questionar a superioridade da terapêutica para DF com a OHB como adjuvante, especialmente em doentes graves. Poucos estudos com grupo controle e majoritariamente baseados em revisões de casos são sinais de indicação de um estudo prospectivo amplo e bem planejado para analisar os parâmetros de inserção da OHB no tratamento da DF, vista a sua indicação benéfica clara às luzes da literatura produzida até então.

Área

UROLOGIA

Instituições

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

Danilo Alvarenga Ferreira, Alcivan Batista de Morais Filho, Luana Natália de Sena Costa, Sulyanne Saraiva de Almeida, Jiliélisson Oliveira de Sousa