Dados do Trabalho


TÍTULO

GASTRECTOMIA SUBTOTAL COM LINFADENECTOMIA D2 LAPAROSCOPICA PARA ADENOCARCINOMA GASTRICO

INTRODUÇÃO

Ao diagnóstico, aproximadamente 50% dos pacientes com adenocarcinoma gástrico apresentam-se em estádio avançado. A gastrectomia com margem macroscópica adequada e acompanhada de linfadenectomia D2 é o tratamento padrão com intenção curativa, mas em apenas 30% dos casos avançados se obtém uma ressecção R0. Neste cenário, a quimioterapia peri-operatória assume especial importância. Hoje, ela está bem indicada nas lesões ≥ T3 e/ou ≥ N1. A gastrectomia laparoscópica no cenário oncológico está bem estabelecida e tem como vantagem: menor trauma cirúrgico com rápido retorno do paciente ao tratamento, associada a linfadenectomia regrada e possibilidade margens cirúrgicas adequadas.

DESCRIÇÃO DO VÍDEO

Paciente masculino, hígido, 38 anos, com diagnóstico de adenocarcinoma gástrico intestinal de Lauren em antro gástrico pela endoscopia digestiva. Após estadiamento por tomografia foi classificado como T3N1M0. Proposta quimioterapia peri-operatória. Após 3 ciclos de epirrubicina, cisplatina, e 5-fluorouracil o paciente foi submetido a gastrectomia subtotal com linfadenectomia D2 laparoscópica. A cirurgia teve inicio com pneumoperitôneo e posicionamento dos trocateres, isto feito seguiu-se com omentectomia e acesso a retrocavidade dos epiplons com exposição do pâncreas e dos vasos gastro-epiplóicos que foram dissecados e ligados. Após dissecção do pedículo hepático e identificação de origem anômala da artéria hepática esquerda originando-se da artéria gástrica esquerda, o duodeno foi grampeado e seccionado. O tronco celíaco foi dissecado e a artéria hepática esquerda foi preservada e a artéria gástrica esquerda foi ligada. A linfadenectomia dos níveis VIII, XI e XII foram completadas. O estomago foi seccionado com grampeador laparoscópico. O specimen cirúrgico (estômago e linfonodos) foram removidos com protetor descartável de ferida operatória. A alça intestinal da reconstrução em Y-Roux foi preparada por exposição através do retrator de ferida, bem como a confecção de entero-entero anastomose ocorreu extra-corpórea. As alças intestinais foram então inseridas na cavidade abdominal. O protetor de ferida foi fechado. Gastro-entereo anastomose retro-cólica foi feita com grampeador laparoscópico. Dreno de cavidade foi utilizado e não foi posicionada sonda naso-entérica. O paciente recebeu dieta liquida no primeiro pós-operatório e teve alta hospitalar no quinto dia sem nenhuma intercorrência. Foram removidos 28 linfonodos. O paciente pôde retornar ao tratamento dentro do prazo esperado e hoje encontra-se sem evidencia de doença.

CONCLUSÃO

A gastrectomia laparoscópica com linfadenectomia D2 para o câncer gástrico em tratamento quimioterápico peri-operatório tem aplicabilidade aceitável e reprodutível. Possibilita rápido retorno do paciente ao tratamento por possibilitar recuperação e cicatrização mais rápida que a cirurgia aberta. A linfadenectomia por técnica laparoscópica pode ser desempenhada por cirurgião com experiência em oncologia e em técnicas cirúrgicas minimamente invasivas.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

INTERCLINIC - CLÍNICAS CIRÚRGICAS INTEGRADAS - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

DANIEL CESAR