TÍTULO

PERFIL HOSPITALAR BRASILEIRO DE INTERNAÇOES PEDIATRICAS POR HIDROCELE E ESPERMATOCELE NO PERIODO DE 2008 A 2017

OBJETIVO

Descrever o perfil de morbidade hospitalar das internações pediátricas nos últimos dez anos por hidrocele (acúmulo de fluidos entre as camadas da túnica vaginal) e espermatocele (retenção de líquido nos ductos que transportam os espermatozoides).

MÉTODO

Trata-se de estudo descritivo, em série temporal, a partir de dados obtidos no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIHSUS). Foram coletados de morbidade relativos à internação e à mortalidade de crianças por hidrocele e espermatocele, representadas pelo CID-10 N43, de pacientes do sexo masculino com idade até 19 anos no período compreendido entre 2008 a 2017 no Brasil. Variáveis analisadas: número de internações, valores total e médio por internação, número de óbitos e taxa de mortalidade.

RESULTADOS

No período compreendido entre 2008 e 2017, foram registradas 105.759 internações por hidrocele e espermatocele, sendo as pediátricas correspondentes a 20,26%. As internações pediátricas totais por doenças do aparelho genitourinário masculino foram 714.532, o que corresponde a 2,6% de todas as internações hospitalares na pediatria. No ano de 2008, foram registradas 2.437 internações e, no ano de 2017, 2.118, o que representa uma redução média de 13,08% no período. A faixa etária de 1 a 4 anos correspondeu a 35,4% das internações ao longo dos dez anos em questão, sendo predominante entre as demais faixas etárias. O gasto total com as internações pediátricas decorrentes de hidrocele e espermatocele, no ano de 2008, foi de R$ 581.864,16 e no ano de 2017 foi de R$ 826.718,36. O gasto médio por internação, ao longo dos dez anos, foi de R$ 336,85 e a média de gastos em 2008 e 2017, respectivamente, foi de R$ 243,06 e R$ 598,80. A taxa de mortalidade por hidrocele e espermatocele se aproximou de 0% no decorrer de 2008 a 2017, havendo registro de 1 óbito apenas na faixa etária menor de 1 ano ao longo dos dez anos pesquisados.

CONCLUSÕES

O presente estudo demonstrou uma pequena redução no número de internações e pouca ou imperceptível variação na taxa de mortalidade por hidrocele e espermatocele em crianças. É possível observar, além disso, uma tendência de crescimento no número de gastos decorrentes de internações, em contrapartida à diminuição no número de internações, o que pode sugerir um aumento no custo do tratamento.