TÍTULO

ANTIBIOTICOPROFILAXIA NAS CIRURGIAS DE ABDOME: UMA REVISAO SISTEMATICA.

OBJETIVO

As microfloras da epiderme, da luz das vísceras abdominais e pélvicas e das cavidades retro e intraperitoneais são diferentes, o que possibilita infecção cruzada dos meios entre si por micróbios oportunistas ou comensais em situação de homeostase no momento da intervenção invasiva no abdome. A prevenção à infecção, possibilidade intrínseca à diérese cirúrgica, está em função, também, do uso adequado dos antibióticos, dessarte, este trabalho intende revisar sistematicamente a antibioticoprofilaxia (ATBx) nas cirurgias abdominais (CA).

MÉTODO

Os bancos de artigos utilizados foram o PubMed, ScienceDirect e Scielo. A busca se utilizou dos DeCS: “antibiotic prophylaxis” e “abdominal surgery” nos títulos e resumos dos trabalhos. Critérios de exclusão: 1) revisões e capítulos de livro; 2) relatos de caso; e 3) trabalhos indisponíveis para leitura na íntegra. Os trabalhos inclusos foram: 1) realizados com humanos; 2) escritos em português, inglês, espanhol ou francês; 3) publicados entre 2014 e 2019; e 4) os que atenderam ao objetivo da revisão.

RESULTADOS

39 artigos foram encontrados; restando 21 após exclusão das duplicações, leitura do título e resumo, que foram lidos na íntegra, e finalmente, 10 compuseram os resultados discutidos. Dois trabalhos comprovaram a eficácia da cefazolina (CFZ) como antimicrobiano (AM) profilático, tanto para histerectomias, quanto para cirurgias oncológicas pediátricas, porém um estudo desencorajou seu uso nos pacientes de baixo risco após comprovar ausência de diminuição na taxa de infecções pós-operatórias (IPO) no tratamento de hérnias, ainda, um outro artigo discorreu sobre a superioridade da associação CFZ/metronidazol em relação ao cefotetano para operações abdominais de modo geral. A junção da ATBx oral com a preparação mecânica intestinal se mostrou benéfica em cirurgias ginecológicas (reduzindo 17% das IPO), ambas somadas à terapia sistêmica resultaram em poucos efeitos adversos e uma maior proteção nas cirurgias colorretais (CCR), estes dois estudos, associados a um terceiro que frisou um protocolo de higienização prático e eficaz, foram os três que buscaram acoplar o uso de AM a outras medidas profiláticas. Quanto à cobertura: as infecções por cocos gram positivos foram as mais avistadas nas CCR, as esquerdas especialmente vulneráveis aos Enterococcus sp.; a terapia empírica de espectro estendido não demonstrou quaisquer benefícios na apendicite complicada; as IPO abdominais resultam, em sua maioria, da contaminação intra-abdmonial, e não pela microflora da pele.

CONCLUSÕES

Os achados demonstram a complexidade do uso de AM, mesmo em profilaxia, cuja eficácia está em função de múltiplas variáveis. Um número relativamente baixo de produções em um tema amplo pode indicar eficácia do sistema em vigor, majoritariamente voltado para o uso de CFZ em medidas padronizadas, ou inércia científica. Sugere-se realização de mais estudos no ramo, dado o caráter prejudicial do uso inadequado dos antibióticos.