Dados do Trabalho
TÍTULO
ANGIOMIXOMA HEPATICO: UM RARO RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O Angiomixoma Agressivo (AA) é um tumor raro - acomete cerca de 0,0017% da população, sendo os sítios principais de acometimento a região pélvica, perineal e vulva. Na literatura há poucos relatos no tecido hepático. Epidemiologicamente, é mais incidente no sexo feminino (6,6:1), em idade reprodutiva, geralmente de comportamento evolutivo indolente. Denomina-se agressivo pelo seu alto índice de recorrência após tratamento cirúrgico e invasão de estruturas adjacentes. O tratamento cirúrgico é a terapia de escolha, uma vez que a radioterapia, quimioterapia e hormonoterapia não apresentaram resultados estatisticamente significativos nos estudos.
RELATO DE CASO
Mulher, 36 anos, negra, natural de Campos dos Goytacazes - RJ, hipertensa em tratamento regular, em uso de anticoncepcional oral. Admitida no Hospital Ferreira Machado (HFM), colisão auto x anteparo, queixando-se de dor em transição toraco-abdominal. Ao exame físico inicial, apresentava massa palpável em abdome superior e queimadura de segundo grau em membro inferior esquerdo. Realizada Tomografica Computadorizada (TC) de tórax e abdome, evidenciando tumoração hepática extensa heterogênea, com realce heterogêneo pelo meio de contraste, captação centrípeta e área de degeneração cística central, de dimensões 31,6 x 20,7 x 19,1 cm que ocupava os segmentos IV, V, VI, VII até fossa ilíaca direita, com possível área de sangramento contido. A paciente permaneceu em internação hospitalar por 6 dias no hospital de origem, realizando hemograma seriados, manifestando queda da hemoglobina com necessidade de transfusão por hemocomponentes. Após estabilização clínica do quadro, foi transferida para hospital de alta complexidade em oncologia, submetida a nova TC de abdome e pelve, sem evidência de sangramento ativo ou líquido livre na cavidade. Iniciou então o preparo para cirurgia eletiva - hepatectomia direita, a qual foi realizada no vigésimo primeiro dia pós trauma. Espécime cirúrgica encaminhada para histopatológico: pesando de 5.685 gramas, medindo 3,3 x 2,6 x 18 cm, com vascularização evidente, consistência sólido-cística, com abundante estroma mixóide identificado pela avaliação microscópica. Laudo histopatológico compatível com Angiomixoma hepático, com margens cirúrgicas livres de lesão. Paciente recebeu alta hospitalar no quarto dia pós cirúrgico, e atualmente encontra-se em acompanhamento oncológico, sem evidencia de doença.
DISCUSSÃO
O angiomixoma trate-se de uma patologia rara, sem sinal clínico patognomônico especifico o que dificulta o diagnóstico precoce. Faz-se necessária a discussão de casos raros como esse, para abastecimento de bases informativas afim de ser lembrado em diagnósticos diferenciais de lesões primárias hepáticas, tais como hemangioma, angiossarcoma, adenoma.
Área
FÍGADO
Instituições
FACULDADE DE MEDICINA DE CAMPOS - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
PAOLA DE ARAUJO SARDENBERG ALVES, Haroldo Jose Siqueira da Igreja Junior, Meire Cardoso da Mato Bastos, Pedro Augusto Correa de Araujo Rodrigues Caldas, Paulo Henrique Ribeiro de Oliveira, Kelli da Silva Gonçalves, Julia Fazoli de Carvalho, Lara Rodrigues Moreira