Dados do Trabalho
TÍTULO
EXERESE DE CISTO DERMOIDE PRE-SACRAL PELA ABORDAGEM DE KRASKE: UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O que motiva o caso é a dificuldade imposta ao cirurgião para tratá-lo e sua raridade, pois a maioria dos tumores que acometem a região pré-sacral são de outros tipos, notadamente cistos epidérmicos.
A porção pré-sacral é delimitada pelos músculos coccígeos e elevador do ânus; pela reflexão pélvica peritoneal, ao nível de S2-S3; pelos ligamentos laterais do reto, ureteres e vasos hipogástrios; pelo reto e sua fáscia; e pelo o sacro, cóccix e a fáscia reto-sacral de Waldeyer. Cistos dermoides, em geral, são congênitos, benignos, mais comuns em mulheres, sensíveis ao toque retal e detectáveis por outras vias. Inobstante, podem evoluir para o tipo maligno ou mesmo revelar-se crônico, fundamental a sua completa ressecção, após eleita a abordagem cirúrgica que melhor atenda as características do cisto.
RELATO DE CASO
A paciente P. A. de O., nascida aos 24/11/1989, foi submetida a laparotomia exploradora, aos 07/07/2016. Encontrou-se massa no ovário direito, de 4cm, e outra no ovário esquerdo, de 1cm. O ovário direito foi ressecado e o esquerdo sofreu a ressecção parcial, onde posteriormente foi diagnosticado um granuloma cístico. A paciente relatava dor no baixo ventre, obstipação intestinal crônica de até 4 dias, distensão abdominal e fezes endurecidas com sangue vivo. A ginecologista solicitou um ultrassom de abdome, que revelou a referida massa e indicou a laparotomia exploradora. No segmento, um cisto complexo foi encontrado no ovário esquerdo após ultrassonografia, com diagnóstico de uma formação ovalada cística pré-sacral, de 2,8cm x 3.4cm e tumoração pré-sacral, de 5cm, após colonoscopia até o íleo terminal, com o abaulamento na parede posterior do reto como o único achado. Aos 27/11/2018 a paciente foi submetida à cirurgia de acesso posterior, após a qual apresentou uma boa evolução pós-operatória, sem lesões ou intercorrências.
DISCUSSÃO
Os cistos pré-sacrais são classificados em epidérmicos (epitélio escamoso estratificado com queratina e sem apêndices cutâneos), dermoides (epitélio escamoso e com apêndices cutâneos), mucossecretores (epitélio colunar e de origem endodérmica) e os teratomas (tem no mínimo 2, dos 3 folhetos embrionários, com a possibilidade ainda de apresentarem pelos, ossos e dentes). A principal complicação é a infecção (30% a 50% dos casos), com a formação de abscessos e fístulas. Mais da metade é congênito e a maioria é benigno, podendo degenerar para a malignidade (10%). Costumam ser assintomáticos. Em 97% é diagnosticado com a palpação ao toque retal, mas também pela retossigmoidoscopia, tomografia computadorizada e colonoscopia. O tratamento de eleição é a ressecção integral do cisto, ainda que assintomático, para evitar a degeneração maligna do cisto e impedir sua intercorrência. Para cistos distais a abordagem de Kraske é a mais indicada. O caso confirma que a operação de Kraske é a mais adequada para a exérese de cistos distais pré-sacrais, pela segurança com a qual o procedimento é realizado.
Área
COLOPROCTOLOGIA
Instituições
UniEVANGÉLICA - Goiás - Brasil
Autores
Geraldo Santana Xavier Nunes Neto, Naiza Murielly Pereira Borges, Guilherme Nassif Corrêa, Vitória Maritzzi Costa Mendonça, Yago José Fagundes Freitas, Melissa Martins Gontijo Aires, Mariana Evaristo Leite, Leonel Reis Lousa