Dados do Trabalho
TÍTULO
SEPSE, AINDA UM DESAFIO: UMA ANALISE RETROSPECTIVA NO ESTADO DE SERGIPE
OBJETIVO
Comparar os perfis clínico-epidemiologicos de pacientes clinicos e cirurgicos com diagnóstico de sepse em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) públicas e privadas e comparar a sensibilidade do SEPSIS-2 versus SEPSIS-3.
MÉTODO
Trata-se de um estudo transversal e observacional, tendo como fonte de dados os prontuários das UTI do Hospital São Lucas, do Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE) e da Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia (FBHC), do município de Aracaju, Sergipe, coletados no período de setembro de 2017 a julho de 2018. O software adotado para analise estatistica foi o IBM SPSS v21.0.
RESULTADOS
Foram obtidos dados de 140 prontuários dos quais 45,7% correspondiam a pacientes do setor privado, 26,4% de uma unidade pública e 27,9% de uma unidade mista. A faixa etária variou entre 24 e 100 anos, com média de idade dos pacientes sendo de 68,42±16,80 anos. 131 (93,57%) preenchiam critérios para diagnóstico de sepse segundo Sepsis-2, sendo que 123 (87,85%) preenchiam critérios para sepse grave e 33 (23,57%) para choque séptico . Quando avaliados segundo o Sepsis-3, foi observado que dos 131 pacientes diagnosticados como sepse conforme o Sepsis-2 apenas 58 (44,27%) preenchiam critérios suficientes quando utilizado o quick-SOFA (qSOFA) e 104 (79,38%) quando utilizado o SOFA e quando ao choque séptico, dos 33 pacientes diagnosticados segundo o Sepsis-2, 23 (69,7%) preenchiam critérios de choque séptico conforme o Sepsis-3. Em cada prontuário analisado, dois motivos para admissão foram recuperados e as queixas, sinais ou sintomas foram divididos em clínicos ou cirúrgicos. As internações por razões clínicas responderam por 80,9% dos registros. A unidade mista foi o único local em que as causas de internação foram predominantemente cirúrgicas, sendo cirurgias eletivas (69,2%) as maiores causas de internação nesse serviço. Na unidade particular, a febre (30,3%) foi o principal sinal clínico que levou à admissão hospitalar. No serviço exclusivamente público, a principal causa foram quadros neurológicos (20,4%), como redução do nível de consciência. Além disso, observa-se que 45,7% dos casos tiveram como foco da infecção o trato respiratório, 30,7% o trato geniturinário, 16,4% pele e partes moles e 8,5% o trato gastrointestinal, sendo que em 5% não houve identificação do foco infeccioso inicial
CONCLUSÕES
Os perfis clínicos dos pacientes admitidos nos três serviços foram semelhantes. Aqueles internados nos hospitais público e misto apresentavam maior gravidade no momento do diagnóstico de sepse, sugerindo atraso do seu reconhecimento nesses locais em relação ao serviço privado. O diagnostico de sepse utilizando o protocolo SEPSIS-2, mostrou-se mais sensivel para diagnostico que o protocolo SEPSIS-3. Portanto, reduzir a sensibilidade através dos novos critérios de disfunção orgânica poderia ser positivo para instituições em que haja diagnósticos em excesso, mas não para locais onde existe atraso no reconhecimento da sepse, o que só pioraria seu prognóstico.
Área
URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS
Instituições
Instituto de Tecnologia e Pesquisa - Sergipe - Brasil
Autores
Hektor Silva Oliveira, Rafael Silva Santos, Debora Silva Pereira, Caio Flavio de Barros, Israel Azevedo Siqueira de Carvalho, Sophia Loeser Faro, Beatriz Ramalho Santos, Matheus Todt Aragao