Dados do Trabalho


TÍTULO

EPIDEMIOLOGIA DAS FRATURAS DE FACE DE UM PRONTO-SOCORRO DE CURITIBA

OBJETIVO

Descrever o perfil epidemiológico, qual a incidência e quais os tipos mais prevalentes de trauma facial em pacientes que chegam ao pronto socorro de hospital de referência em Curitiba, e posteriormente são encaminhados para o Serviço de Cirurgia Plástica.

MÉTODO

Estudo epidemiológico transversal retrospectivo, em que foram analisados 520 prontuário de pacientes com trauma facial, de junho de 2012 a agosto de 2017, do serviço de Cirurgia Plástica, do Hospital do Trabalhador. Para fins de análise os dados foram compilados em categorias, o mecanismo do trauma, foi separado em colisão veicular, queda de outro nível, queda de mesmo nível, agressão e atropelamento. O trauma de face foi dividido em quatro categorias, mandibular, nasal, terço médio da face e alvéolo dentário.

RESULTADOS

Em relação ao perfil dos pacientes atendidos, este estudo verificou que o sexo masculino foi o mais acometido, representando 87% das fraturas de face, quando comparado ao sexo feminino (23%). A faixa etária predominante foi a compreendida entre os 20 a 30 anos de idade (32%), seguida por idades entre 30 a 40 anos (25%), entre 40 a 50 anos (15%) e entre 50 a 60 anos (8%), considerando a população economicamente ativa esse valor corresponde a cerca de 80% dos traumas de face. Em relação aos tipos de fratura, 277 (48%) pacientes foram diagnosticados com fratura nasal, enquanto 162 (28%) tiveram fratura de mandíbula, 47 (8%) fratura do complexo OZM e 33 (6%) fratura de maxila. Quanto ao mecanismo de trauma, tal como os estudos recentes têm demonstrado, a agressão é o principal fator etiológico com 41%, seguido de acidentes de moto com 12% e acidentes de carro com 10%.

CONCLUSÕES

Houve uma maior incidência de trauma facial dentre os pacientes do sexo masculino, compreendidos na faixa etária dos 20 aos 30 anos, sendo que o mecanismo de trauma com maior prevalência foi o de agressão, o que corrobora com os resultados demonstrados em literatura. No segundo lugar estão os acidentes automobilísticos, sendo que em estudos posteriores ao ano 2000, a agressão aparecia nesta posição. Essa inversão aconteceu possivelmente pelas medidas preventivas e de conscientização que têm ocorrido no nosso meio, além do aumento da criminalidade e das taxas de desemprego. O trauma nasal foi a categoria com maior número de pacientes afetados, demonstrando a fragilidade anatômica da região e sua propensão a fraturas relacionadas a agressões.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

Hospital do Trabalhador - Paraná - Brasil

Autores

Guataçara Schenfelder Salles Junior, Dayane Raquel de Paula, Daniela Thais Lorenzi, Caroline de Oliveira Pereira, Jean Raitz Novais