Dados do Trabalho


TÍTULO

PROGNOSTICO DA DHGNA NO POS-OPERATORIO DA BARIATRICA: UMA REVISAO DE LITERATURA

OBJETIVO

O objetivo desse trabalho é realizar uma revisão de literatura para esclarecer a correlação entre a melhora do prognóstico da Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica (DHGNA) em pacientes obesos e a cirurgia bariátrica.

MÉTODO

Este estudo de revisão bibliográfica analisou artigos sobre a evolução da DHGNA em pacientes que realizaram a cirurgia bariátrica. Foram utilizadas como palavras-chave “NAFLD”, “bariatric surgery”, “post operative”, “prognosis”, “NASH” e analisados 7 artigos indexados na base de dados do Pubmed, Medline, Scielo e Lilacs entre os anos de 2014 e 2019.

RESULTADOS

Além da cirurgia bariátrica ser efetiva na redução de peso e no progresso do Diabetes Mellitus, ela também tem mostrado grande potencial em reduzir ou até reverter a progressão da DHGNA em pacientes obesos. De acordo com Shanwen, 2019, um ano após a realização da cirurgia, foi observado decréscimo no percentual de pacientes classificados como alto risco de fibrose hepática avançada (7% para 2%). Segundo Denis, 2017, após 6 meses da realização da cirurgia bariátrica, já é possível analisar redução da fração de gordura hepática em pacientes obesos mórbidos com o auxílio da ressonância magnética. Nesse estudo, eles apontam a cirurgia bariátrica como o tratamento mais efetivo, não só da obesidade mórbida, como também da DHGNA. Da mesma forma, Rinela, 2016, ratifica em seu estudo que a cirurgia bariátrica tem apresentado melhora significativa em componentes histológicos hepáticos como esteatose, inflamação e até fibrose, confirmados por biópsia. Em função disso, cerca de 85% dos pacientes submetidos a cirurgia apresentaram resolução da NASH após um ano, de acordo com escores do Metavir, já afirmado por Cazzo, 2015. T singh, 2016, relata a melhora nos níveis de transaminase sérica, o que traduz uma redução de necrose e inflamação nos hepatócitos após a cirurgia bariátrica. Segundo Laursen, 2019, dados recentes demonstraram efeitos significativos da cirurgia bariátrica sobre o GLP-1 e outros hormônios intestinais e anormalidades metabólicas e inflamatórias lipídicas envolvidas na fisiopatologia da DHGNA, com a possibilidade de reverter as alterações patológicas do fígado em pacientes com DHGNA e NASH. Da mesma forma, Lee, 2018, salienta que a cirurgia bariátrica leva a uma resolução completa de esteatose em 66% dos pacientes e que a fibrose hepática se resolve em 40% dos pacientes.

CONCLUSÕES

Baseado na análise dos artigos, concluímos que a cirurgia bariátrica é um tratamento efetivo para a Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica nos pacientes obesos. Foi possível correlacionar a cirurgia bariátrica com uma melhora significativa em componentes histológicos hepáticos como esteatose e fibrose, bem como uma redução da inflamação e necrose. A maioria dos artigos salientou, contudo, a necessidade de mais estudos para elucidar se os benefícios são um efeito permanente da cirurgia.

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE - METABÓLICA

Instituições

ULBRA - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Carolina Locatelli Boer, Maria Eduarda Conte Gripa, Priscila Paulo Braun, Mônica de Campos Rodrigues, Antônio Carlos Weston