TÍTULO

CISTO ADENOMA SEROSO DE FIGADO: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

As lesões císticas do fígado representam um grupo heterogêneo de distúrbios, que diferem em etiologia, prevalência e manifestações clínicas. A maioria dos cistos hepáticos são encontrados incidentalmente em estudos de imagem e tendem a ter um curso benigno. Uma minoria deles pode causar sintomas e raramente podem estar associados à morbimortalidade graves. Os cistos maiores têm maior probabilidade de serem sintomáticos e causarem complicações como hemorragia espontânea, ruptura na cavidade peritoneal, infecção e efeito compressivo sobre a árvore biliar. Tipos específicos de cistos podem apresentar complicações únicas, como a transformação maligna, no caso de uma neoplasia cística mucinosa (cistadenoma), ou choque anafilático devido a um cisto hidático. Algumas dessas complicações podem ocasionalmente exigir intervenção cirúrgica. Em geral, não existe consenso sobre classificação das lesões císticas do fígado, bem como a melhor abordagem terapêutica para as lesões sintomáticas.

RELATO DE CASO

E.B., sexo feminino, natural de Currais Novos-RN, foi atendida no ambulatório do Hospital Onofre Lopes (HUOL) com queixa de desconforto em região costal direita, de longa data (cerca de 6 anos) sem relato de perda de peso, náuseas, vômitos ou febre associados. Ao exame: bom estado geral, anictérica, acianótica, normocorada, hidratada, afebril. Ao exame do abdômen: apresentava-se globoso, flácido, doloroso à palpação superficial e profunda de hipocôndrio e flanco direito com massa subcostal em lado direito palpável. Realizou Ressonância Magnética (RM) de abdome superior em março/ 2014 evidenciando formação cística multisseptada no hipocôndrio direito (envolvendo segmentos V, VI e VII), com tênue realce septal, medindo 14,2 x 12,2 x 12,5 cm. Realizando exame de controle em dezembro/2018 sem mudanças das dimensões da lesão, contudo houve relato de piora das queixas álgicas no último ano. Diante do achado, foi indicada hepatectomia direita, procedimento que transcorreu sem intercorrências no dia 24 de janeiro de 2019. Material foi enviado para histopatológico, cujo diagnóstico determinou-se cisto adenoma seroso (C.A.S). Paciente permaneceu internada por 6 dias, sem necessidade de nova abordagem cirúrgica. A paciente atualmente encontra-se bem, sem queixas.

DISCUSSÃO

Descrevemos um caso de C.A.S cuja paciente acometida embora possuísse as mesmas dimensões da lesão por meio da RM em um período de 4 anos, houve mudanças acerca da percepção da dor, tornando-se mais intensa no último ano, fato principal motivador do seu procedimento cirúrgico.