TÍTULO

CIRURGIA DE EMERGENCIA EM PACIENTES GERIATRICOS

OBJETIVO

Avaliar pacientes com idade superior ou igual a 70 anos, com indicação cirúrgica de Emergência. Descrever os principais procedimentos a que foram submetidos e identificar os desfechos clínicos.

MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa descritiva com análise quantitativa dos resultados. O estudo é de coorte retrospectivo e foi realizado a partir da análise dos prontuários, referentes ao ano de 2018, da Instituição Hospital Casa de Portugal, do município do Rio de Janeiro.

RESULTADOS

Foram analisados 32 prontuários, referentes ao ano de 2018, os quais constavam dados de pacientes geriátricos que foram submetidos à cirurgia de Emergência no Hospital Casa de Portugal. Dentre os idosos atendidos 18 (56,25%) eram do sexo feminino e 14 (43,75) do sexo masculino. Desse total, 15 (46,875%) pertenciam à faixa etária entre 70-80 anos, 14 (46,75%) entre 81-90 anos, e 3 (9,375%) acima de 91 anos.
Parcela significativa dos pacientes apresentaram comorbidades no período anterior à cirurgia, sendo Hipertensão Arterial Sistêmica (68,75%) a mais frequente. Porém, além dessa, Demência (18,75%), Dislipidemia (12,5%), Diabetes Mellitus (31,25%), e Anemia (9,375%) apresentaram-se em relevante incidência. Justamente pela existência dessas comorbidades e a partir da análise de seus prontuários, constatou-se a existência da classificação ASA II (56,25%), III (31,25%) e IV (9,375%) para esses pacientes. Não houve relação entre o número de comorbidades e duração de tempo em CTI.
Dentre as cirurgias emergenciais mais frequentemente realizadas foram destaques Colostomia (15,625%), Herniorrafia (12.5%), Laparotomia exploradora (12,5%), Jejunostomia (12.5%), Colectomia (9,375%), Colecistectomia (9,375%). Foram feitas reabordagens cirúrgicas (12,5%) como, Lavagem da Cavidade Abdominal junto com Gastrostomia (Laparotomia Exploradora), Colostomia desabada, Uretroplastia e Nefrostomia Descompressiva.
Além disso, foi observado que 24 (75%) dos pacientes tiveram aumento do tempo de internação em CTI, que foi, em média, 14 dias, com complicações pós-operatórias. Dentre elas, as mais acometidas, foram Instabilidade Hemodinâmica (16,6%) Insuficiência Renal necessitando de Diálise (12,5%), infecções por ferida operatória (8,3%) Êmese (8,3%) e Diarreia (4,16%). Dentro da classificação de Clavien Dindo, houve destaque na gravidade I e IV. Desses pacientes, 9 (28,125%) foram ao óbito durante o tempo de internação no CTI por complicações e 23 (71,875%) receberam alta hospitalar. Houve relação entre o aumento da gravidade de complicações pós-operatórias e de mortalidade.

CONCLUSÕES

Considerando as internações emergenciais atribuídas aos pacientes idosos, é importante sinalizar que, de fato, a demanda por cuidados cirúrgicos agudos nesses pacientes foi em número expressivo.
Em razão disso, a relação entre diminuição da reserva funcional (“fragilidade”) de um paciente geriátrico e o aumento do risco de gravidades recorrentes da realização de procedimentos cirúrgicos foi para o estudo um dado comparativo significativamente importante.