Dados do Trabalho
TÍTULO
MASTECTOMIAS E MAMOGRAFIAS – IMPACTOS NA MORTALIDADE E SAUDE PUBLICA NO BRASIL, NO NORDESTE E NO ESTADO DA BAHIA
OBJETIVO
A mastectomia é importante aliado do cirurgião no tratamento do câncer (CA) de mama, o qual, por sua vez, ainda se mantém com um dos maiores índices de mortalidade dentro da saúde da mulher. Cada vez mais, políticas públicas em prevenção e rastreio têm sido ampliadas, a exemplo da popularização da mamografia, a qual é o método de escolha para triagem e controle da morbimortalidade. A literatura demonstra que rotinas de mamografia podem chegar a reduzir a mortalidade por câncer de mama em até 30%, contudo debates tem sido levantado a respeito da validade do rastreio da neoplasia mamária. Assim, o presente trabalho se propõe a executar inquérito epidemiológico crítico voltado às mamografias e seus impactos em mortalidade e nas mastectomias em oncologia realizadas, dentro da saúde pública brasileira
MÉTODO
Trata-se de um estudo epidemiológico executado por meio de inquérito no DATASUS (SIH, SIA, SISMAMA e SIM), no qual as informações consultadas se referiam aos dados do estado da Bahia, Nordeste e Brasil, de 2008 a 2018. A estatística foi analisada por meio do software OpenEpi 3.01 (MIT/USA), cujo p<0,01 foi considerado significativo
RESULTADOS
No período analisado, as mastectomias de caráter oncológico, associadas com linfadenectomia axilar, computaram 81.864 procedimentos realizados no Brasil. Apesar de 24,2% deste percentual corresponder ao Nordeste, evidenciou-se diminuição na frequência deste procedimento, tanto na região, com média de queda de 1,81%(±0,085) ao ano, como no estado da Bahia, média de queda de 5,72%(±0,217) ao ano. Ademais, as mamografias de rastreio tiveram aumentos consideráveis. O crescimento anual do procedimento foi observado tanto no Brasil (23,1%±0,56), quanto no Nordeste (25,5%±0,55) e na Bahia (22,8%±0,52), computando 36.820.939 procedimentos realizados neste período. Todavia, esse crescimento da execução do exame não interferiu de forma positiva na mortalidade por neoplasia mamária. Neste mesmo período, a taxa de mortalidade aumentou nos três eixos analisados, crescendo, anualmente, no Brasil (3,9%±0,014), no Nordeste (5,39%±0,03) e na Bahia (5,42%±0,05), sendo que não foi observado reduções nos índices de mortalidade no país (p=0,38), no Nordeste (p=0,27) ou no estado da Bahia (p=0,36)
CONCLUSÕES
O estudo demonstra que as políticas públicas de estimulo a mamografia tem aumentado a execução da mesma, dentro da saúde pública. Contudo, ainda não foi possível observar, dentro da nossa casuística, um impacto positivo entre a oferta deste exame e uma redução considerável da mortalidade, pelo contrário, a mortalidade anual por CA de mama aumenta significativamente. Outrossim, a heterogeneidade dos códigos do SUS associados às mastectomias de caráter oncológico pode ter interferido nas nossas análises, sendo, isto, um dificultador do estudo. Discutir esses achados é de importância impar à saúde, uma vez que permitirá a fundamentação de políticas públicas eficazes a este respeito, visto que esta seja a causa de mortalidade de uma das mais severas neoplasias
Área
GINECOLOGIA
Instituições
COLEGIO BRASILEIRO DE CIRURGIOES - CAPITULO BAHIA (CBC-BA) - Bahia - Brasil
Autores
Joao Henrique Fonseca do Nascimento, Rebeca Ferreira Souza, Adriano Tito Souza Vieira, Willian Miguel, Pedro Igor de Moura Souza, Danilo Dias de França Silva, Andre Gusmao Cunha, Andre Bouzas de Andrade