Dados do Trabalho
TÍTULO
PREDITORES DE SOBREVIDA GLOBAL EM PACIENTES COM CARCINOMA HEPATOCELULAR TRATADOS COM SORAFENIBE
OBJETIVO
Tumores malignos do fígado são a terceira maior causa de morte por câncer, sendo que o carcinoma hepatocelular (CHC) corresponde a 85-90% destes casos. A maioria dos doentes apresenta-se, ao diagnóstico, sem possibilidade de tratamento curativo, restando apenas as opções paliativas (quimioembolização e sorafenibe). Há poucos estudos nacionais acerca do sorafenibe. O objetivo primário desse estudo foi avaliar fatores preditivos de sobrevida em pacientes com carcinoma hepatocelular tratados com sorafenibe na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
O objetivo secundário foi avaliação da conformidade da indicação da medicação em relação às recomendações do Barcelona Clinical Liver Cancer (BCLC).
MÉTODO
Foram analisados retrospectivamente os dados de 88 pacientes que tiveram indicação de tratamento com sorafenibe no período de 2010 a 2017 na ISCMSP. Análises univariada e multivariada foram realizadas na busca de preditores de sobrevida global nos pacientes que receberam a medicação.
RESULTADOS
Foram incluídos 88 pacientes, sendo 62 (70,5%) homens, com média de idade de 61,2 anos. A maioria foi classificada como Child Pugh (CP) A (69,3%) e BCLC C (94,3%). A cirrose esteve presente em 84,6% e a hipertensão portal em 55,7% desses. O vírus da hepatite C foi a etiologia mais comum (40,9%) do CHC. Sorafenibe foi a modalidade terapêutica inicial em 55,7%. Sessenta e nove (78,4%) pacientes receberam a medicação, sendo o tempo médio de duração do tratamento 9,7 meses e a sobrevida global média 16,8 meses. O tempo médio entre a indicação e recebimento da medicação – tempo de espera pela droga (TED) foi de 32 dias. Verificou-se, na análise univariada, diferenças de sobrevida por ECOG PS, CP, tempo de uso da medicação, efeitos adversos - Síndrome Mão e Pé e efeitos dermatológicos, suspensão da medicação e AFP. Permaneceram significantes na análise multivariada ECOG PS (p=0,024), CP (p=0,013), tempo de uso de medicação (p<0,001), suspensão por piora clínica (p=0,031) e trombose portal (p=0,010).
CONCLUSÕES
Ausência de trombose portal, Child Pugh A, ECOG PS 0, tempo maior de uso de medicação e ausência de suspensão por piora clínica foram fatores preditores de melhor sobrevida global e a indicação da medicação esteve em conformidade com às orientações do BCLC em 94% dos pacientes.
Área
FÍGADO
Instituições
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
Caroline Petersen da Costa Ferreira, Mauricio Alves Ribeiro, Luiz Arnaldo Szutan