TÍTULO

RETALHO MÉDIO FRONTAL PARA RECONSTRUÇÃO DE DOMUS NASAL PÓS MORDIDA DE PIT BULL: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O nariz, por ser uma das estruturas faciais mais proeminentes levanta complexos problemas reconstrutivos na cirurgia dermatológica, considerando que as perdas incluem estruturas extracutâneas, como músculo, cartilagem, mucosa endonasal, e eventualmente, osso. A ponta nasal é uma região muito delicada devido à elasticidade limitada da pele que a recobre, por isso, a adoção de técnica bem acurada é imprescindível. No caso abordado, utilizaram-se dois tipos de retalho cutâneo: a princípio, o retalho randomizado de Rintala e, posteriormente, o de defeitos complexos nasais: médio frontal.

RELATO DE CASO

M.S.A., 63 anos, feminino, tabagista crônica, procedente de Florianópolis-SC, deu entrada no HU no dia 23/03/2018 após mordida de Pitbull no domus nasal e cartilagens alares. Foi manejada com sabão degermante e soro fisiológico 0,9% sobre a lesão, vacina antitetânica e antibioticoterapia com Amoxicilina e Clavulanato. Após utilização de curativos por 3 dias para redução de contagem bacteriana, no dia 26/03/2018, foi optado: realização de retalho de Rintala e pontos de reposicionamento da cartilagem alar esquerda e septal para reestruturação do defeito primário no domus. Por consistir em um retalho de avanço randomizado não baseado em artéria específica necrosou no 1º dia P.O. Após 7 dias, área da necrose já delimitada e sem infecções secundárias, fez-se o desbridamento, para, então, submetê-la à novo procedimento: retalho médio frontal, no qual eleva-se o tecido da linha média com pedículo supratrocleares; sendo a base do corte delimitada a partir da sobrancelha até a linha de implantação capilar. M.S.A permaneceu durante mais 3 dias internada com excelente viabilidade do retalho. Após 14 dias encerrou-se antibioticoterapia e recebeu alta com orientações de curativos diários, suspensão de tabagismo e marcado plano de segundo tempo cirúrgico em 30 dias para período de autonomização do retalho.

DISCUSSÃO

O tamanho extenso de retalho com base de pedículo estreito associado a condição de tabagista crônica foi o fator preponderante indutivo da necrose em porção distal. Evidenciou-se, assim a indispensabilidade de preservação das artérias supratrocleares no transoperatório do primeiro retalho, uma vez que o médio frontal torna-se uma opção de resgate em casos de perda do fragmento previamente planejado e só é viável tendo em pauta a preservação deste pedículo sob qualquer circunstância de procedimento realizado.