Dados do Trabalho
TÍTULO
TITULO: EVISCERAÇAO TRANSVAGINAL - RELATO DE CASO TEMA: URGENCIAS NAO-TRAUMATICAS, INTESTINO DELGADO FORMA DE APRESENTAÇAO: POSTER - RELATO DE CASO AUTORES: TERESA CRISTINA ALVES DUARTE¹; SERGIO MARIANO ZUAZO¹; FERNANDO FONTES SOUSA²; ANDREA PEDROSA
INTRODUÇÃO
A evisceração transvaginal é uma complicação rara, em geral secundária a Histerectomia Transvaginal (HTV)¹. A HTV é aceita na literatura como primeira escolha para manejo cirúrgico de afecções uterinas benignas², apresentando menores taxas de complicações e menor tempo de internação³.
RELATO DE CASO
CFB, 67 anos, sexo feminino, viúva, compareceu ao pronto socorro de ginecologia do HUB em 01/02/2019 com queixa de dor intensa em baixo ventre, com início após crise de tosse há 4 horas, e extrusão de bexiga (sic) pela vagina. Apresentava como comorbidades HAS e DM de longa data e miocardiopatia dilatada de etiologia não-chagásica, FEVE 52%, em uso de Metformina, Carvedilol, Amiodarona e manipulado de Valsartana, Furosemida, Anlodipino e Espironolactona. G6P4C0A2, todos os partos domiciliares, sem assistência médica. Referia HTV em 2006 devido sangramento uterino anormal secundário a miomatose, refratário ao tratamento clínico. Ademais, fazia acompanhamento em serviço particular no interior da Bahia devido cistocele, já tratada previamente por meio de sling transobturatório em 2012, com recorrência dos sintomas de incontinência urinária de esforço, dor em peso em baixo ventre e eventual sangramento vaginal desde 2013. Negava vida sexual ativa e introdução de corpos estranhos transvaginais ou alterações de hábito intestinal, com evacuações diárias, sem sangramentos ou constipação. Ao exame físico apresentava ainda dor à palpação em abdome inferior, sem estigmas de peritonite. À inspeção vaginal foi observada extrusão de alça intestinal por intróito vaginal.
Em avaliação pela Cirurgia Geral optou-se por laparotomia exploradora de urgência. Ao inventário observou-se hérnia incisional perineal com conteúdo de íleo terminal, sem sinais de sofrimento, irredutível à manobras. Realizada enterectomia segmentar de 25cm de íleo terminal em intróito vaginal, com redução de cotos ileais e posterior anastomose íleo-ileal término-terminal a 15cm da válvula ileocecal, com boa viabilidade de alças, sem vazamentos. Identificada abertura ampla na cúpula vaginal, por onde extruía o conteúdo herniário, e realizada síntese com Poliglecaprone 3-0.
Paciente evoluiu com bom estado geral em PO, com aceitação da progressão de dieta, afebril (à antibioticoterapia), recebendo alta após 5 dias de internação.
DISCUSSÃO
Até 2010 havia, de forma ampla na literatura, 87 casos relatados de evisceração pós-HTV4 sendo falha de técnica, infecção de sítio cirúrgico, coito precoce e manobra de valsalva as principais causas de deiscência¹. Sua ocorrência tardia associa-se a distopias genitais e à pós-menopausa1. A técnica mais apropriada para reparo cirúrgico não é definida, com associações de abordagem transvaginal e abdominal, tal qual a aplicada, apresentando respaldo na literatura5-6. Novas técnicas associadas a laparoscopia já foram realizadas5, porém mais relatos são necessários para avaliação de melhor conduta definitiva.
Área
INTESTINO DELGADO
Instituições
Hospital Universitário de Brasília - Distrito Federal - Brasil
Autores
Sérgio Mariano Zuazo, Teresa Cristina Alves Duarte, Fernando Fontes Sousa, Andrea Pedrosa Ribeiro Alves, Stênio Meirelles de Carvalho