Dados do Trabalho


TÍTULO

MALFORMAÇAO ARTERIOVENOSA PLANTAR COM ULCERA CRONICA NAO CICATRIZANTE: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A classificação das anomalias vasculares pela literatura médica mostrou-se como um desafio ao longo do tempo, sendo que avanços mais significativos vieram sobretudo com estudos de Glowacki e Mulliken e sua categorização das anomalias em hemangiomas e malformações vasculares. Essas, por sua vez, dividem-se em 2 tipos: as de alto e baixo fluxo, estando as Malformações Arteriovenosas (MAVs) inclusas nas de alto fluxo.Nesse contexto, insere-se a MAV plantar, anomalia rara com escassos estudos recentes publicados no Brasil. Com a intenção de discutir melhor o tema, segue-se a realização deste estudo.

RELATO DE CASO

M.D.A, 56 anos, sexo feminino, iniciou quadro sintomático há 38 anos com o surgimento de lesão no dorso e face lateral do pé esquerdo, do tipo úlcera, avermelhada com tecido de granulação e sem secreção. Há 9 anos é encaminhada ao HC-UFG, recebendo diagnóstico de MAV plantar após arteriografia de MIE, evidenciando também massa pulsátil em região de punção da A. Femoral. Posteriormente faz-se o uso da técnica de embolização como medida Terapêutica. Paciente retorna anualmente para acompanhamento ambulatorial e continuação do tratamento Endovascular pela mesma técnica. Há um ano, no entanto, paciente queixa de dor em MIE concomitante ao aumento do diâmetro da úlcera. Exame de Doppler Venoso realizado em 2017 evidencia V. Safena Magna com refluxo segmentar em MIE.

DISCUSSÃO

As malformações vasculares são comunicações anormais entre artérias e veias, podendo ter apresentação clínica e evolução imprevisíveis. Apesar de a embolização ser o procedimento mais utilizado antes da ressecção cirúrgica, em alguns casos raros usa-se esse procedimento endovascular como a única ferramenta curativa, principalmente em locais inacessíveis cirurgicamente, a fim de eliminar o desvio vascular anormal ou nidus. Tanto no método endovascular como no cirúrgico é necessária a oclusão completa da lesão, devendo ser evitada oclusões isoladas dos vasos nutridores, posto que isto pode acarretar no reaparecimento da MAV pelo retorno da circulação colateral não ocluída previamente. A MAV plantar portanto, é uma anomalia rara, destacando-se entre as patologias vasculares pela sua complexidade terapêutica, tanto mais quando é associada à manifestações clínicas como úlceras crônicas não cicatrizantes. O caso em questão ilustra uma paciente com essa anomalia, servindo para chamar a atenção da dificuldade da efetividade no tratamento endovascular em casos avançados.

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

Universidade Federal de Goiás - Goiás - Brasil

Autores

Frank Luiz Pereira Carnesi, LUCAS HENRIQUE SOUZA AZEVÊDO, Paulo Vitor Miranda Macedo de Brito, Marcus Vinicius Meneses da Silva, Itallo de Almeida Pinheiro, Jonatan Eduardo Silva, Kalley Santos Cavalcante, Ly de Freitas Fernandes