Dados do Trabalho


TÍTULO

DIVERTICULO ESOFAGICO DE ZENKER COM ESCOLHA DE TECNICA CIRURGICA CLASSICA PARA TRATAMENTO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O divertículo faringoesofágico foi descrito pela primeira vez por Ludlow em 1767. Zenker e von Ziemssen revisaram posteriormente a literatura mundial em 1877. Desde então, esse tipo de divertículo tem sido chamado de divertículo de Zenker. Definido como uma herniação de mucosa e submucosa em uma zona de debilidade natural da transição entre a faringe e o esôfago, situada entre as fibras oblíquas do músculo constritor inferior da faringe e o músculo cricofaríngeo, conhecida como triângulo de Killian. Este é o tipo mais comum de divertículos esofágicos e é três vezes mais frequente em homens do que em mulheres. A maioria dos pacientes tem mais de 50 anos de idade. À medida que o divertículo aumenta, ele tende a se desviar da linha média, principalmente para a esquerda. O objetivo do seguinte relato é demonstrar um caso de divertículo de zenker de aproximadamente 5 centímetros com a utilização da técnica clássica, miotomia extramucosa associada à diverticulectomia, realizada por cervicotomia esquerda.

RELATO DE CASO

Paciente masculino de 54 anos com doença pulmonar obstrutiva crônica. Apresentou disfagia alta que aliviava com compressão local à esquerda no ato da deglutição e eructações associada a refluxo de conteúdo alimentar em setembro de 2018, com início dos sintomas há 3 anos. Primeiro foi realizado Endoscopia Digestiva Alta (EDA) que mostrou um divertículo de óstio grande, esofagite erosiva - Los Angeles B - e vários focos de metaplasia intestinal, consistente com mucosa especializada de Barret, sem displasia associada. O diagnóstico foi confirmado através da realização do exame de imagem, radiografia de esôfago, estômago e duodeno (REED) com ingestão de meio de contraste baritado, no qual evidenciou imagem de adição ao nível cervical do esôfago, com acúmulo de contraste em seu interior. A cirurgia foi realizada em fevereiro de 2019 com a utilização da técnica clássica, por cervicotomia a esquerda, diverticulectomia com uso de grampeador e miotomia do músculo cricofaríngeo de 3 centímetros em direção ao esôfago distal. Não houve sangramentos intra-operatórios relevantes. Paciente não apresentou complicações e teve boa evolução pós operatória, tendo alta hospitalar no quinto dia.

DISCUSSÃO

Descrito em meados do século XVIII, tentativas pioneiras de tratamento resultam invariavelmente em altas taxas de recidiva e/ou fístula salivar. Somente dois séculos depois, levando em conta as alterações do esfíncter esofágico superior (EES) na fisiopatologia do divertículo de Zenker (DZ), a miotomia do músculo cricofaríngeo foi introduzida como parte do tratamento, aumentando significativamente sua taxa de sucesso. O tratamento cirúrgico foi optada neste caso, apesar de não ter evidências científicas para afirmar qual forma seria melhor, endoscópica ou cirúrgica. O paciente do caso seguiu o delineamento proposto pela literatura: mais frequente em homens, com mais de 50 anos e o divertículo à esquerda da linha média.

Área

ESÔFAGO

Instituições

Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

João Victor Guimarães Almeida, Ricardo Cechin Garay, Frederico Haruo Adatihara Filho, Fellipe Debona, Marthina Bastos de Moraes, Lucas Berwanger Simon, Leonardo Kreutz Rodrigues, Luís Guilherme Toledo da Silva