Dados do Trabalho


TÍTULO

TRAUMA ABDOMINAL CONTUSO: MANEJO EM LESAO HEPATICA GRAU IV

INTRODUÇÃO

O paciente politraumatizado cursa com lesões em dois ou mais sistemas de órgãos, sendo que há risco vital. O choque hipovolêmico hemorrágico produz alterações no sistema cardiorrespiratório com o objetivo de manter a função fisiológica dos órgãos. A principal alteração é o desvio do fluxo sanguíneo da pele, músculos e leito esplâncnico para o coração, pulmão e cérebro. No traumatismo abdominal, o fígado é um dos órgãos mais acometidos. No traumatismo hepático complexo, o objetivo inicial é o controle do sangramento para evitar a exsanguinação durante o procedimento cirúrgico. Este controle pode ser realizado através da manobra de Pringle, que consiste na oclusão temporária da tríade portal localizada no ligamento hepatoduodenal.

RELATO DE CASO

RGS, feminino, 18 anos, encaminhada de Unaí-MG, vítima de acidente automobilístico, (colisão moto x anteparo) apresentando instabilidade hemodinâmica na admissão, submetida a laparotomia exploradora no hospital de origem, onde foi evidenciado volumosa quantidade de sangue em cavidade abdominal com sangramento subhepático. Optado por colocação de 5 compressas em área hepática e peritoneostomia. Encaminhada ao Instituto Hospital de Base (IHB), após 6 horas de trauma, ainda com instabilidade hemodinâmica, peritoneostomia com volumoso sangramento, optado por reabordagem cirúrgica. No intra-operatório, foi realizado manobra de Kocher, acessando o retroperitôneo. Visualizado hematoma retroperitoneal em zona II à direita sem expansão e sem sangramento ativo, avulsão do pedículo renal à direita sem sangramento ativo e veia cava inferior íntegra. Procedeu-se à nefrectomia direita. Ampliado incisão mediana através de incisão subcostal direita para facilitar o acesso hepático, com realização de manobra de pringle (MP) para controle de sangramento hepático, retirado compressas em topografia hepática. Visualizado extensa laceração dos segmentos VI, VII e VIII hepático, laceração da veia do lobo caudado na inserção da veia cava e sangramento ativo hepático quando desfeita MP. Mantido então MP por 15 min. Em seguida, ressecção do segmento VII hepático, ligadura da inserção da veia do lobo caudado na veia cava, hemostasia de áreas cruentas hepáticas com posicionamento de Surgicel e fixação de área cruenta ao peritônio com PDO, desfeito MP com reperfusão e posicionamento de dreno tubular nº28 em loja sub-hepática. Durante peri-operatório infundidos 8CH, 2 plasmas frescos, solução cristaloide e noradrenalina titulada com pressão arterial invasiva. Foi estabilizada em UTI, tendo alta para a enfermaria. Evoluiu com bilioma, o qual foi drenado e deixado dreno Pigtail. Segue em acompanhamento ambulatorial.

DISCUSSÃO

Trata-se de caso complexo de paciente politraumatizada, que evoluiu com choque hemorrágico, traumatismo hepático e renal. A reabordagem cirúrgica foi de suma importância, visto que a paciente mantinha sangramento ativo e instabilidade hemodinâmica mesmo com as medidas empregadas no hospital de origem.

Área

TRAUMA

Instituições

UniCEUB - Distrito Federal - Brasil

Autores

Mariana França Bandeira de Melo, Ângelo Santana Guerra, Larissa Michetti Silva, Marcel Takeshi Shono, Victor Barroso Camilho Cunha Ataíde, Victor Netto Figueiredo