Dados do Trabalho
TÍTULO
TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL (GIST) GIGANTE – RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O tumor estromal gastrointestinal (GIST) é a neoplasia mesenquimal mais comum encontrada no trato gastrointestinal responsáveis por 1 a 1,5 casos a cada 100 mil pessoas/ano, idade média de 60 anos. Se originam das células de Cajal expressando o antígeno CD117 (C-Kit).
A quimioterapia e a radiação não são efetivas, portanto a ressecção cirúrgica é a base do tratamento. Em tumores metastáticos a terapêutica com imatinibe, um inibidor seletivo do receptor de tirosina quinase, diminui sua morbimortalidade.
Por se tratar de doença rara e com aspectos ainda muito obscuros este trabalho procura apresentar caso de GIST combinando cirurgia e uso de Imatinibe para tratamento.
RELATO DE CASO
Paciente, sexo feminino, 58 anos, com hematêmese, epigastralgia, hiporexia, prostração e emagrecimento de 17 Kg em 6 meses.
Feito endoscopia digestiva alta, detectando lesão tumoral gástrica submetida a biópsia. Histopatológico revelou “gastrite crônica de corpo moderada e atividade atrófica leve além de células fusiformes no córion”, sugerindo então realização de imuno-histoquímica pela correlação do achado com GIST.
A imuno-histoquímica revelou CD34 (+), CD117 (+), desmina (-), antígeno de proliferação celular Ki67. Os padrões para o diagnóstico foram alcançados e a paciente foi encaminhada a oncologia clínica.
A TC de abdome com contraste, revelou "distensão gástrica com formação vegetante e epicentro no seu fundo, com espessamento parietal e falha de enchimento parcial.
Estadiamento demostrou ser doença restrita optando-se por conduta cirúrgica.
Durante laparotomia constatou-se volumoso tumor de fundo gástrico intimamente aderido a baço e cauda do pâncreas sendo realizado a gastrectomia longitudinal com esplenectomia e pancreatectomia parcial.
Histopatológico demonstrou "tumor com neoplasia mesenquimal de parede gástrica com células fusiformes, hipercromático, invadindo córion e submucosagástrica; pâncreas mostrando fibrose e aderência à neoplasia descrita; baço morfologicamente normal”.
Após recuperação pós-operatória foi iniciado terapia adjuvante com Imatinibe 400mg/dia. Paciente encontra-se em seguimento ambulatorial com 1 anos e 7 meses de operado sem sinais de recidiva da doença.
DISCUSSÃO
O relato demonstra caso clássico de GIST que de acordo com a literatura não há sintomas específicos, instalação gástrica e presença de células fusiforme à biópsia da lesão.
A imuno-histoquímica se faz necessária para confirmação diagnóstica de GIST geralmente apresentando CD117 (80%-100%), CD34 (56%-83%) e mutações do gene c-kit (+), corroborando para diagnóstico do caso clinico.
A tomografia computadorizada define extensão do tumor, invasão local ou metástase a distância. Neste caso não havia metástases, sendo então, a cirurgia com ressecção total da lesãso é a melhor opção.
Imatinibe é indicado como terapia adjuvante após ressecção cirúrgica com redução significativa da recidiva local aumentando sobrevida.
Área
ESTÔMAGO E DUODENO
Instituições
universidade de vassouras - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Marcio Alexandre Terra Passos, André Nicolas Bianchim, Aline Queiroz Trovão, Nilson Chaves Júnior, Lucineide Martins de Oliveira Maia, Fernanda Figueira Feijó, Thales Macedo Vieira, Wanessa Moreira de Barros