TÍTULO

APLICAÇOES E VANTAGENS PROGNOSTICAS DA LINFADENECTOMIA SELETIVA NO MELANOMA CUTANEO

OBJETIVO

O objetivo do presente estudo é fazer uma revisão da literatura sobre as principais aplicações da linfadenectomia seletiva com biópsia de linfonodo sentinela no melanoma cutâneo.

MÉTODO

Realizou-se busca nas bases de dados PubMed, LILACS, BVS e Bireme utilizando-se os seguintes descritores (em português e inglês): “melanoma e linfonodo sentinela”, “melanoma e linfadenectomia seletiva”.

RESULTADOS

Técnica do linfonodo sentinela tem sido empregada no estadiamento de linfonodos regionais, tendo alto potencial de estadiamento de gânglios regionais e elegibilidade de pacientes candidatos a ressecção cirúrgica curativa. O linfonodo sentinela representa o primeiro sítio linfonodal a receber a drenagem linfática de um tumor primário. Quando se verifica o acometimento é necessário prosseguir adiante na avaliação das próximas cadeias linfonodais; quando não positivo, as cadeias a seguir têm chance mínima de acometimento (inferior a 5%). A injeção de radiofármacos permite a realização de cintilografia ou a identificação do linfonodo sentinela por Gama probe. Esse linfonodo precisa ser biopsiado para a pesquisa de células metastáticas por histopatologia ou citologia. Com a utilização da técnica, é possível postergar para segundo tempo operatório a realização de linfadenectomias radicais.
No melanoma cutâneo, a metastatização por via linfonodal precede a metástase hematogênica, sendo achado de metástase linfática potencialmente perigoso para risco maior de doença sistêmica. Cuidado especial deve ser tomado na região de cabeça e pescoço devido a maior incidência de falso-negativos e pela maior recorrência desses quando comparados a regiões de tronco e extremidades (10% dos pacientes). A linfadenectomia seletiva ajuda a poupar mutilação desnecessária ao paciente e dá segurança diagnóstica no estadiamento. A retirada dos linfonodos metastáticos não aumenta isoladamente a sobrevida dos paciente, entretanto associa-se a menor recorrência local. Ademais, há efeito auxiliar na identificação de pacientes que podem ser potencialmente beneficiados pela terapia adjuvante. Como exame pré-operatório, o exame de linfonodo sentinela fornece informações importantes acerca da drenagem linfática. 6 a 58% dos melanomas tem drenagem para mais de uma cadeia linfonodal.

CONCLUSÕES

O estudo do linfonodo sentinela se apresenta como uma promissora técnica para aprimorar o estadiamento e evitar o multilamento do paciente. A marcação da cadeia linfonodal adjacente a região tumoral permite ao cirurgião compreender com precisão a anatomia da cadeia linfática e suas possíveis vias de metástases Os presentes dados indicam para uma sobrevida mediana semelhante a quem recebe ou não estadiamento por esse método, entretanto a qualidade de vida de pacientes submetidos a esse método tem consideravelmente maior, bem como a menor morbimortalidade envolvida.