Dados do Trabalho
TÍTULO
PNEUMOTORAX ESPONTANEO PRIMARIO EM PACIENTE MULHER BREVILINEA: UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O pneumotórax espontâneo não se relaciona a qualquer histórico de lesão, incluindo iatrogenia, podendo ser classificado como primário (PSP) ou secundário, com base em doença pulmonar subjacente.
No PSP, embora não exista doença respiratória, bolhas subpleurais e bolhas em ápices pulmonares desempenham papeis importantes na sua patogênese.
O pico de incidência de PSP é entre os jovens, sendo o tabagismo o fator de risco mais importante, contribuindo para o primeiro aparecimento ou recorrência.
O diagnóstico é baseado na história e exame físico, frequentemente com murmúrio vesicular reduzido, e confirmado com a utilização de métodos de imagem, geralmente através de radiografia de tórax.
O manejo da PSP depende do tamanho do pneumotórax, do quadro clínico e do tempo de ocorrência. O objetivo é a reexpansão dos pulmões colapsados à sua capacidade original e prevenir a recorrência.
Na literatura, as taxas de recorrência de PSP variam amplamente dependendo do tratamento aplicado e do período de observação, ficando em torno de 30%, aumentando após novo episódio de pneumotórax.
RELATO DE CASO
M.E.S., 17 anos, feminina, brevilínea, procedente de Recife – PE, sem comorbidades prévias ou uso de medicações diárias, não tabagista, procura serviço de emergência do Hospital Getúlio Vargas com relato de dor em região torácica posterior esquerda há 3 dias, com piora há 24 horas, sem história de trauma recente.
Realizada radiografia de tórax para investigação dos sintomas que evidenciou a presença de pneumotórax espontâneo em hemitórax esquerdo. Realizada drenagem torácica à esquerda, com uso de dreno pneumovalve, com posterior melhora dos sintomas iniciais e reexpansão pulmonar satisfatória após procedimento. Evoluiu estável clinicamente, sendo optado por fechamento do dreno para avaliação de sua retirada, porém paciente apresentou desconforto respiratório após fechamento, sendo reaberto, com nova melhora.
Segue internada em enfermaria, estável clínica e hemodinamicamente, com dreno ainda com presença de escape, em aguardo de tomografia computadoriza de tórax com contraste para melhor avaliação do quadro.
DISCUSSÃO
A paciente não segue o padrão da literatura atual em relação à epidemiologia, visto que, apesar de realmente se desenvolver mais em jovens e magros, o PSP é mais comum em pacientes altos, tabagistas, do sexo masculino.
Em relação à sintomatologia, a dor torácica e dispneia são frequentes. A dor caracteriza-se por ser aguda e ipsilateral, como relatada no caso.
A tomografia computadorizada de tórax, solicitada no caso, pode ser útil em situações clínicas especiais quando é necessária uma avaliação mais cuidadosa da cavidade pleural.
A gestão ideal do PSP tem sido uma questão de debate. Normalmente, a observação é usada em um primeiro, pequeno e assintomático episódio. A aspiração simples ou inserção de tubo torácico é usada em um primeiro episódio grande ou sintomático, como no relato. Cirurgia e pleurodese são recomendados para um pneumotórax recorrente ou complicado.
Área
CIRURGIA TORÁCICA
Instituições
Hospital Getúlio Vargas - Pernambuco - Brasil
Autores
Agripino Joaquim de Melo Neto, Isabela Cristina Araujo de Macedo, José Isnack Ponte de Alencar Filho