TÍTULO

PLEURODESE DE ALIVIO EM PACIENTE PORTADORA DE DERRAME PLEURAL SECUNDÁRIO A PROVÁVEL NEOPLASIA OVARIANA: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Uma das complicações comuns entre as neoplasias avançadas é o derrame pleural recidivante, geralmente consequente a metástases que resultam em um comprometimento dos folhetos pleurais e comprometem a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento do derrame consiste na manutenção da recorrência do líquido, deixando a cavidade pleural livre de um novo acúmulo; propondo um tratamento local que possibilite a livre expansão do pulmão e conseguinte ganho respiratório.

RELATO DE CASO

M.N.B, feminino, 69 anos, portadora de hepatopatia crônica por esquistossomose há 10 anos, residente de Cabedelo – PB, deu entrada no serviço hospitalar local no dia 28/02/19 taquipneica, hipoxêmica e com inapetência, sendo mantida para rastreio abdominal e torácico com suporte de máscara de Venturi à 50%. À TC de tórax foi visualizado moderado derrame pleural à direita, ateromatose aórtica; à TC abdominal visualizou-se duas formações expansivas sólidas intraperitoneais na região pélvica de contornos lobulados mal definidos, moderada ascite, espessamento com atenuação de partes moles na gordura omental mesogástrica (omental cake); à USG abdominal foi possível visualizar provável neoplasia ovariana com implante secundário em peritônio. Devido quadro dispneico com suplementação intermitente de O2 foi manejada com toracocentese de alívio e diagnóstica no dia 06/03, o qual evidenciou 1500ml de líquido exsudato de aspecto sanguinolento; coloração âmbar; PH = 8; densidade = 1; Glicose = 119; proteínas = 6; LDH = 2763; albumina 3,81; lactato desidrogenase = 1783; c/ baixa celularidade. No intuito de evitar drenagens pleurais de repetição, foi realizada toracoscopia no dia 11/03 para biopsiar a região acometida pelo derrame pleural, drenando todo o líquido e seguido de pleurodese com talco para aliviar de forma eficiente o quadro de tosse e dispneia da paciente.

DISCUSSÃO

A pleurodese consiste em uma técnica de tratamento paliativa através de cateteres pleurais eficaz no controle dos derrames oncológicos. Utiliza-se de agentes químicos esclerosantes (preferencialmente talco ou tetraciclina), e mecânicos irritativos de abrasão que produzem uma esfoliação do mesotélio pleural, ocasionando uma fibrose local que obstruem o espaço entre as pleuras viscerais e parietal, impedindo a recorrência do líquido e consequentes sintomas respiratórios. Portanto, consiste na indicação conduta ouro em pacientes com derrames pleurais malignos recidivantes que possuem um bom índice de performance, auxiliando uma boa eficácia respiratória com menor comprometimento na qualidade de vida.