Dados do Trabalho
TÍTULO
SARCOMA ESPLENICO: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Sarcomas esplênicos são lesões muito raras e, portanto, encontram-se poucos relatos na literatura. Em geral, são identificadas acidentalmente por exames de imagem ou por sintomas oriundos de compressão de órgãos adjacentes e seu diagnóstico definitivo é realizado através da análise patológica do material obtido por biópsia ou ressecção da lesão.
RELATO DE CASO
Paciente, 75 anos, sexo feminino, em acompanhamento com Hematologia por esplenomegalia de etiologia a esclarecer, encaminhada à Cirurgia Geral devido a suspeita de hematoma esplênico crônico, sendo indicada esplenectomia. No intraoperatório foi identificado rotura do baço, com presença de múltiplas aderências. Após 2 meses, paciente retorna ao pronto-socorro queixando-se de dor abdominal, náuseas, vômitos e massa palpável em flanco e fossa ilíaca esquerdos. Optado por realização de tomografia computadorizada que evidenciava imagem loculada de volume estimado de 538ml. Foi realizada uma biópsia guiada por USG com anatomopatológico inicialmente inconclusivo. Após revisão das lâminas do procedimento cirúrgico e da biópsia, optou-se pela realização de imunohistoquímica fechando-se o diagnóstico de sarcoma esplênico indiferenciado de alto grau. Optou-se por iniciar quimioterapia neoadjuvante, entretanto, paciente evoluiu com complicações do tratamento e óbito.
DISCUSSÃO
As neoplasias primárias do baço representam um grupo com baixa incidência na prática médica. Por corresponder a um conjunto de patologias raras e com manifestações inespecíficas, frequentemente são diagnosticadas em análise anatomopatológica de esplenectomias.
Tumores primários esplênicos são classificados em linfoides, não linfoides e vasculares, benignos ou malignos. Dentre estas lesões, o hemangioma é o mais comum. Sarcomas primários de baço são raros, com poucos relatos na literatura.
As neoplasias esplênicas primárias apresentam seu estudo dificultado por falta de casos relatados na literatura, assim como pelo fato de serem silenciosas ou diagnosticadas em casos de complicações, como malignização ou rotura esplênica. Logo, a falta de identificação da história natural da doença desfavorece o diagnóstico precoce, piorando ainda mais o prognóstico destes pacientes.
Devido a raridade destas lesões assim como a dificuldade para definir seu diagnóstico e grau de agressividade, a ressecção cirúrgica e quimioterapia permanecem como tratamento proposto, porém sem dados na literatura que sejam capazes de determinar sua eficácia a longo prazo no tratamento da doença.
Área
MISCELÂNEA
Instituições
IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO - Alagoas - Brasil
Autores
Natália Sena Correia Oliveira, Guilherme Frederico Ferro Alves, Talita Magalhães Bernardo, Bruno Reis Peruzza, Renata Parada Amorim, Mauricio Alves Ribeiro, Luiz Arnaldo Szutan