Dados do Trabalho


TÍTULO

TUMOR DE GRUBER-FRANTZ DE CORPO E CAUDA DE PANCREAS

INTRODUÇÃO

O tumor de Gruber-Frantz é considerado raro, predizendo mulheres jovens, muito confundido com pseudocisto pancreático. São benignos, de baixo potencial de malignidade, sendo necessária a ressecção cirúrgica total do mesmo com bom prognóstico.

O presente relato de caso objetiva demonstrar suas características, evolução, bem como dificuldades diagnósticas e grau de sucesso da terapêutica aplicada

RELATO DE CASO

Sexo feminino, 40 anos, dor em hipocôndrio esquerdo e fossa ilíaca esquerda há 5 anos, desde sua submissão de cirurgia de colecistectomia. A paciente relatou que sua dor era progressiva em forma de cólicas, as quais se agravavam após alimentação gordurosa.

Exame físico sem alterações, porém devido aos sintomas descritos foi solicitada a realização de tomografia computadorizada de abdome.

A tomografia indicou lesão levemente hipodensa e hipocaptante de contraste, parcialmente exofítica, localizando-se no terço médio da cauda do pâncreas em borda anterior, levemente lobulada, e com áreas marcadamente hipodensas de permeio, sugerindo lesão neoplásica.

Para melhor elucidação foi pedido RNM que assinalou formação nodular cística no corpo e cauda pancreática, com componentes sólidos captantes de contraste, indicando acometimento neoplásico primário do pâncreas, com possíveis implantes secundários em fígado em segmento IV e a segunda no segmento V/VIII, sem linfonodomegalias.

A paciente passou por parapancreatectomia corpo-caudal, esplenectomia e metastasectomia hepática, sem qualquer intercorrência. O anátomo-patológico revelou neoplasia pancreática constituída por células poligonais, com núcleos arredondados e ovoides com aspecto pseudo papilar, e células arredondadas, as quais formavam estruturas tuberculares com núcleos

arredondados. Deste modo, a análise imunohistoquímica determinou o diagnóstico definitivo, confirmando o diagnóstico de tumor de Gruber-Frantz.

DISCUSSÃO

O relato é relevante pela dificuldade do diagnóstico da neoplasia pancreática, pois houve dúvida entre o tumor em questão e tumores endócrinos pancreáticos, necessitando de imunohistoquímica para o descarte do último.

Tal tumor ocorre frequentemente em mulheres de 22 a 24 anos, correspondendo a 90% dos casos. Assim, como a paciente possuía 40 anos de idade, reforça-se a necessidade de expansão epidemiológica para esse diagnóstico.

A terapêutica adotada para o presente relato é a mais adequada para casos equivalentes ao relatado, assim como para pessoas com doença difundida, sendo utilizada a pancreatectomia corpo-caudal, a esplenectomia, e a metastasectomia hepática.

Assinala-se, também, a necessidade de acompanhamento clínico a fim de melhoria das respostas obtidas, bem como observação de recidiva9,10. Por fim, como decorrência da baixa malignidade e recorrência, bem como da ressecção total da lesão, na maioria dos casos o prognóstico é favorável, alcançando uma taxa de sobrevivência de 97% num período de 2 anos, e de 95% num período de 5 anos.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Universidade de Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Márcio Alexandre Terra Passos, André Nicolas Bianchim, Aline Queiroz Trovão, Nilson Chaves Júnior, Lucineide Martins de Oliveira Maia, Fernanda Figueira Feijó, Thales Macedo Vieira, Wanessa Moreira de Barros