Dados do Trabalho
TÍTULO
MANEJO CIRURGICO DE ULCERA DE MARJOLIN EM CICATRIZ DE LESAO POR ARMA DE FOGO: ESTUDO DE CASO.
INTRODUÇÃO
Carcinoma espinocelular (CEC) é uma neoplasia maligna de pele originada em células epiteliais tegumentares, correspondendo a cerca de 20% dos cânceres de pele. Pode surgir em pele sã, embora origine-se mais frequente em pele alterada por processo anterior. A úlcera de Marjolin desenvolve-se em tecidos cicatriciais e úlceras crônicas, sendo um câncer infrequente e agressivo e usualmente assumindo a forma de CEC. Áreas cicatriciais crônicas tendem a perder ação celular do sistema imunológico, assim, células malignas são pouco detectadas, possibilitando caráter mais agressivo e propensão a metástases. São fatores relacionados à recidiva tumoral: tamanho da lesão (> 2 cm), profundidade da neoplasia (> 4mm), diferenciação histológica, localização em áreas de exposição solar, carcinoma em cicatriz, evidência histológica de envolvimento perineural, tratamento anterior e imunodepressão.
RELATO DE CASO
Mulher de 52 anos, leucoderma, natural e residente de Sousa, Paraíba, encaminhada ao serviço oncológico por ulceração exofítica em dorso de mão esquerda medindo 5 cm, com relato de existência da lesão há um ano e história de ferimento por arma de fogo acidental na mesma região. Foi encaminhada para cirurgia, sendo indicada a ressecção do tumor associada à técnica de enxerto. Análise anatomopatológica revelou CEC moderadamente diferenciado com tamanho de 5,0cm e espessura da neoplasia de 1,4cm. Retornou após um ano, sem acompanhamento e com lesão recidivada, sendo agora indicada amputação de membro superior ao nível de antebraço. Contudo, por não assentir ao tratamento, foi realizada a ressecção do tumor de partes moles com margens amplas, juntamente aos músculos extensores da mão, com rotação de retalho miocutâneo para síntese da lesão. Evoluiu com lesão ulcerativa em região medial de antebraço e punho esquerdos, sendo solicitada avaliação de comprometimento do membro por RNM e realizada nova ressecção ampliada de tumor de partes moles e reconstrução regional com enxerto proveniente de área de fossa ilíaca esquerda. Um ano depois evoluiu com ulceração em região medial de braço esquerdo, sendo solicitados novos exames de RNM e TC. Não compareceu ao hospital na data marcada para o procedimento cirúrgico, sendo este realizado após alguns meses. Nesta data, já apresentava lesão ulcerativa em fase avançada, sendo então internada para realização de amputação e desarticulação de membro superior esquerdo com rotação de retalho miocutâneo do músculo deltoide esquerdo.
DISCUSSÃO
O caso relata desfecho desfavorável após evolução de neoplasia de pele por falta de acompanhamento adequado e múltiplas recidivas. Embora CEC seja relativamente comum, a amputação como tratamento é condição infrequente, estando associada à maior agressividade da neoplasia, dificuldade de acesso aos serviços de saúde e comorbidades do paciente.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ - Paraíba - Brasil
Autores
AMANDA MORIMITSU, CAIO CÉSAR VAZ LACET GONDIM, ANDRÉ LUÍS LOPES GOMES DE SIQUEIRA