Dados do Trabalho


TÍTULO

NEOADJUVÂNCIA EM ADENOCARCINOMA GÁSTRICO LOCALMENTE AVANÇADO, EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BELEM-PA

OBJETIVO

Traçar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes atendidos com adenocarcinoma gástrico localmente avançado no Serviço de Cirurgia e Unidade de Oncologia do Hospital Universitário João de Barros Barreto, no período de janeiro de 2017 a janeiro de 2019, e avaliar o impacto do protocolo de quimioterapia neoadjuvante no manejo desses pacientes.

MÉTODO

Estudo retrospectivo, transversal e descritivo, com inclusão de pacientes com diagnóstico histopatológico de adenocarcinoma gástrico localmente avançado (T3 ou N+) e sem evidência de metástases à distância (M0). As variáveis investigadas consistiram em aspectos epidemiológicos, clínicos, endoscópicos e histopatológicos. Foram avaliadas as respostas ao tratamento neoadjuvante com a comparação entre o estágio clínico e patológico da doença, utilizando o Teste do Qui- Quadrado para significância estatística (p<0,05).

RESULTADOS

Foram selecionados 63 pacientes e incluídos 30 pacientes que preencheram os critérios do estudo. Epidemiologicamente, a casuística apresentou maioria de homens (60%) e a média de idade da casuística foi de 57,75 anos. 57% possuíam escolaridade baixa, com 64,5% de etilismo e 51,6% de tabagismo. Cerca de 33% apresentavam histórico de doença gástrica e 26% relatavam história familiar positiva. Queixas mais relatadas foram epigastralgia e perda ponderal, com início médio do quadro de aproximadamente 12 meses. O perfil endoscópico mostrou predominância de tumores distais, sendo maioria Borrmann III. Os tumores eram principalmente difusos com células em anel de sinete (40,7%), pouco diferenciados, em estadio III e com 60,5% dos pacientes apresentando acometimento linfonodal. A neoadjuvância foi bem tolerada, tendo diarreia e náuseas como efeitos adversos mais relatados e somente 7,1% de pacientes que interromperam o tratamento por toxicidade grave. Houve predomínio de gastrectomias subtotais e a média de internação hospitalar foi de 18,6 dias, com a maioria sem morbidades pós-operatórias. O impacto da neoadjuvância foi estatisticamente significativo na redução do percentual de estágios avançados e no aumento da parcela de pacientes com linfonodos regionais livres de acometimento. Não houve nenhum óbito durante a neoadjuvância.

CONCLUSÕES

Os pacientes com adenocarcinoma gástrico localmente avançado submetidos ao tratamento quimioterápico neoadjuvante apresentaram boa tolerância e obtiveram regressão tumoral. Não houve aumento da morbidade pós-operatória. Ocorreu aumento, estatisticamente significativo, de pacientes com linfonodos negativos na peça cirúrgica (ypN0) se comparado ao estadiamento clínico.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

HUJBB - Pará - Brasil

Autores

Marielle De Nazaré Gonçalves de Lima e Silva , William Fernandes Barra , Geraldo Ishak , Rodrigo Ferreira da Silva , João Felipe Leite Acioli, Emanuel Gomes dos Santos Junior , Fernanda Ferreira da Luz, Marcelo Oliveira Mourão Junior