Dados do Trabalho
TÍTULO
APENDICECTOMIA IMEDIATA – INTRA PARTO
INTRODUÇÃO
Apendicite aguda é a doença cirúrgica não obstétrica mais comum da gravidez e pode ocorrer em qualquer idade gestacional. O seu diagnóstico frequentemente é tardio, o que pode acarretar alto índice de perfuração e complicações. O retardo no diagnóstico leva a intervenções cirúrgicas tardias, constatando-se elevadas taxas de perfuração apendicular e peritonite, aumentando os índices de morbidade e mortalidade materna e fetal. Assim, o diagnóstico e a cirurgia precoces são vitais para minimizar a ocorrência de complicações. O aforisma de que "a mortalidade da apendicite na gestante é a mortalidade da demora" permanece ainda atual.
RELATO DE CASO
DSP Gestante de 37 semanas e 5 dias ,multípara, gestação previa há 2 anos( cesárea) veio ao Hospital de alto risco para acompanhamento semanal com Ultrassonografia (US) de feto CIUR, oligohidramnio e há 2 semanas com as queixas de perda de apetite, 1 episodio aferido de febre e uma cólica leve persistente., sendo sinais clínicos não investigados. Ao retornar com US foi diagnosticado ausência de liquido amniótico, sem outras queixas no momento. Sendo indicado cesariana de urgência. No ato cirúrgico após retirada do feto, limpeza da cavidade, avaliação das estruturas uterina, nos deparamos com o apêndice empastado e com processo inflamatório. Chamado a equipe de cirurgia e realizado a apendicectomia imediata. Procedimento realizado com sucesso. Realizado antibioticoterapia no período de puerpério fisiológico e Alta após 48h.
DISCUSSÃO
A apendicite manifesta-se, em geral, com anorexia, náuseas e vômitos, febre, dor epigástrica ou periumbilical, com posterior localização na fossa ilíaca direita. No puerpério imediato, pode cursar com poucas manifestações clínicas, na maioria das vezes ocorrendo distensão abdominal e dor difusa, devido à peritonite, com tênues sinais de irritação peritoneal que não são valorizadas. O emprego do US para o diagnóstico de apendicite aguda apresenta taxas de sensibilidade e especificidade elevadas, principalmente no segundo e terceiro trimestres gestacionais. A apendicectomia laparoscópica na gravidez revelou-se um procedimento seguro, que possibilita uma recuperação pós-operatória mais rápida e sem evidências de que interfira com o curso da gestação. Entretanto, estudos com maior número de casos são necessários para estabelecer o seu real valor.
Área
GINECOLOGIA
Instituições
HOSPITAL BELO HORIZONTE / FCMMG - Minas Gerais - Brasil
Autores
Carlos Henrique FERREIRA Santos, FLAVIA CAMPOS QUINTÃO, VIVIAN REGINA SANTOS BIANCHI, CARLOS EDUARDO DE CASTRO AREAL, MARINA NEVES ROCHA, JOAO CARLOS DE SOUZA SANTOS