Dados do Trabalho


TÍTULO

ANALISE DO PADRAO DE RECIDIVA NO ADENOCARCINOMA GASTRICO SUBMETIDO A GASTRECTOMIA COM LINFADENECTOMIA D2 EM 5 E 10 ANOS DE SEGUIMENTO ONCOLOGICO

OBJETIVO

A realização da gastrectomia com linfadenectomia D2 é a cirurgia ideal no câncer gástrico. Novos métodos de tratamento com quimioterapia e radioterapia foram propostos para reduzir a recidiva da doença. Todavia, o padrão de recidiva em 10 anos é pouco estudado, e pode contribuir para confirmar o momento ideal para iniciar o tratamento complementar no Adenocarcinoma Gástrico.

MÉTODO

Foram analisados retrospectivamente 432 casos de Adenocarcinoma Gástrico submetidos à gastrectomia com linfadenectomia D2 no Hospital do Câncer I, no período de Janeiro de 1997 a Dezembro de 2005 que foram seguidos por 10 anos. Na presença de metástases linfonodais além da região D2 a cirurgia incluiu os linfonodos metastáticos e os doentes foram estagiados como cM1. Todos os doentes foram submetidos à cirurgia R0 e estagiados conforme o TNM 2016 e nenhum doente foi submetido à quimioterapia neoadjuvante ou adjuvante. Nos casos de recidiva, foi indicado a quimioterapia paliativa. Foram analisadas variáveis clínicas, cirúrgicas e anatomopatológicas. Realizou-se a análise da sobrevida em 5 anos e 10 anos e o estudo dos locais recidiva (estômago, via peritoneal, via linfonodal e via hematogênica ou mista) para determinar se há diferenças significativas de sobrevida e padrão de recidiva.

RESULTADOS

A mediana de idade foi de 60±12 anos, variando de 21 a 85 anos. Houve leve predomínio do sexo masculino com 244 casos (56,5%). O TNM (2016) mostrou casos distribuídos quanto ao estágio final: IA 90 (20,8), IB 44 (10,2%), IIA 15 (3,5%), IIB 70 (16,2%), IIIA 108 (25%), IIIB 3 (0,7%), IIIC 81 (18,6%) e IV 21 (4,9%). A sobrevida global em 5 anos foi de 66% e em 10 anos de 56%. Ocorreu recidiva em 114 (26,4%) casos. A mediana de recidiva ocorreu com 34 meses, no estômago ocorreu com 36 meses, no peritônio com 17 meses, via hematogênica com 64 meses (p=0,000). A taxa de recidiva por estágio foi: IA 6,1%, IB 10,2%, IIA 3,5%, IIB 10,5%, IIIA 25,4%, IIIC 33,3% e IV 47%.

CONCLUSÕES

O estudo das recidivas no adenocarcinoma gástrico, mesmo submetidos à gastrectomia com linfadenectomia D2 ou maior, mostrou que há padrões de recidiva conforme os estágios do sistema TNM (2016). Em doentes dos estágios iniciais, I e II, o padrão de recidiva foi hematogênico e tardio, com mais de 5 anos de seguimento oncológico. Nos doentes com estágios avançados III e IV a recidiva foi peritoneal e linfonodal, entre o primeiro e terceiro ano de seguimento oncológico. Pacientes com estágios avançados (69%) foram a maioria dos casos de recidiva (70,3%), apresentaram recidiva precoce (< 2 anos) e se beneficiam do tratamento neoadjuvante porque o risco de recidiva é maior que 25%, mesmo quando submetidos à gastrectomia com linfadenectomia D2 ou maior.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

Instituição Nacional do Câncer - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Brendha Oliveira Gomes, Rubens Kesley, Paulo Sérgio Lima Donza, Odilon de Souza Filho, Flávio Sabino, André Maciel, José Humberto Simôes Correa, Eduardo Linhares Riello de Mello