Dados do Trabalho
TÍTULO
CONDUTAS NO ABDOMEN CIRURGICO ABERTO NA PRATICA CONTEMPORANEA
OBJETIVO
Revisar a literatura especializada acerca das opções de condução e tratamento do abdômen cirúrgico aberto (peritoniostomia).
MÉTODO
Realizada busca de artigos científicos nas bases de dados LILACS, pubmed, Scielo e BVS/BIREME através das palavras-chave ‘open abdomen’, ‘trauma’, ‘damage control’, ‘temporary abdominal closure’. Foram selecionados artigos publicados nos últimos 4 anos, excluindo publicações do tipo relato de caso.
RESULTADOS
O emprego de técnicas de fechamento temporário da cavidade abdominal é usado no contexto de cirurgias de urgência e emergência onde se prioriza o controle de danos em pacientes críticos. Seu emprego está associado a complicações, tais como: perda de fluidos, hipoproteinemia, fístulas entero-atmosféricas, retração das fáscias aponeuróticas, acarretando perda de domicílio abdominal. Não há atualmente consenso na literatura acerca da melhor opção para fechamento temporário do abdomen. A cobertura simples das vísceras abdominais (bolsa de Bogotá) acarreta perda não quantificada de líquido e eletrólitos, maior taxa de retenção e colonização de líquido nos recessos peritoniais e retração de fáscias, além de elevar o risco de lesões das superfícies viscerais e fístulas entero-atmosféricas. Técnicas de tração progressiva da aponeurose, que incluem o emprego de próteses para tração intermitente, como o Wittmann-Patch – demonstram melhor índice de fechamento primário da parede abdominal. As complicações mais frequentes incluem risco de necrose fascial, devido a tração na fáscia e a possibilidade de suturas repetitivas e infecção de sítio cirúrgico profundo. O emprego de terapia a vácuo sobre a peritoniostomia emergiu ao longo dos últimos ano como opção que promove controle dos fluidos drenados, prevenção de retração da fáscia, além de proliferação local de leucócitos e menores índices de infecção de sítio cirúrgico profundo, decorrente da drenagem adequada dos líquidos peritoniais. Todavia, apresenta menores taxas de fechamento primário quando comparada às técnicas de tração progressiva.
CONCLUSÕES
O manejo dos pacientes com peritoniostomia deve objetivar o controle da morbidade de base, prevenindo complicações locais e procurando, sempre que possível, a síntese primária da cavidade abdominal. A escolha do método ideal de fechamento deverá ser individualizada a cada caso, levando-se em conta a disponibilidade de material, experiência do serviço, condição de base do paciente e possibilidade de síntese primária da parede abdominal.
Área
PAREDE ABDOMINAL
Instituições
FAMENE - Paraíba - Brasil
Autores
Milena Maria Gabrielle Silva, Osvaldo Bezerra Cascudo Filho, Francisca Maria Tavares da Rocha, Renata Leite Mangueira, Tafael Menezes Barros, Mariana Quevedo Muniz da Silva, Thays Ayane Albuquerque, Geraldo Camilo Neto