Dados do Trabalho


TÍTULO

ABORDAGEM TERAPEUTICA EM AUTOEMPALAMENTO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Introdução: As etiologias do trauma anorretal são inúmeras, ocorrendo desde ferimentos penetrantes, lesões pélvicas acidentais ou autoprovocadas. A inserção de corpos estranhos pela via retal é mais comumente praticada por homens de meia-idade no contexto de manipulação autoerótica com ou sem comorbidades psiquiátricas. Também está relacionado com comportamento autodestrutivo. Possivelmente casos de empalamento podem trazer complicações graves e provocar morbidade para esses pacientes.

RELATO DE CASO

Relato de caso
Paciente do sexo masculino, 37 anos, deu entrada no Pronto Socorro com história de queda da própria altura em cima de um copo de vidro com introdução do mesmo pelo anus. Queixava-se de muita dor na região anal e perineal, com sangramento vivo gotejante. Não havia solução de continuidade no anus e o toque retal revelou espículas pontiagudas e cortantes a 7 cm da borda anal. Uma radiografia simples de abdome revelou um objeto semelhante a um copo de vidro, parcialmente quebrado e com a boca para baixo. O paciente foi submetido a um bloqueio peri-dural e colocado na mesa cirúrgica em posição ginecológica. Após tentativas infrutíferas de retirada manual do corpo estranho, utilizou-se de um fórceps de Simpson para retirada do mesmo. Ato contínuo, foi realizada uma colostomia para desvio de trânsito fecal da área retal lesada, tendo o paciente apresentou boa evolução pós-operatória.

DISCUSSÃO

Os acidentes que acometem o ânus e o reto não são usuais, pela própria anatomia desses órgãos, naturalmente protegidos. Dor abdominal ou pélvica, constipação, tenesmo e hematoquezia são queixas informadas no contexto da emergência. A vítima do trauma deve primeiro ser submetida a avaliação primária para suporte clínico e possível estabilização de parâmetros hemodinâmicos e posteriormente na avaliação secundária para abordagem do trauma anorretal. A retossigmoidoscopia é considerada o método diagnóstico de eleição para a investigação do trauma retal. As lesões são possivelmente caracterizadas pela escala de lesão retal da American Association for the Surgery of Trauma, e dessa maneira permitir a melhor abordagem. O manejo do trauma retal intraperitoneal é considerado o mesmo para as lesões do cólon distal, sendo preparo primário a forma preconizada na literatura. Quanto ao manejo do trauma retal extraperitoneal, existe divergências na literatura. Lesões perineais de pequena extensão podem ser abordadas com reparo primário, no entanto, lesões extensas geralmente necessitam de reconstrução esfincteriana. Após a abordagem cirúrgica adequada o paciente deve ser submetido a avaliação psiquiátrica uma vez que pode se tratar de comportamento de automutilação.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

ESCS - Distrito Federal - Brasil

Autores

GABRIELA MENDONÇA Vilar Trindade, João Paulo Meireles Vieira, Alberto Vilar Trindade, Amanda Cristina de Souza, Ana Luiza Alves Nicoletti, Ana Carolina G Siqueira