Dados do Trabalho


TÍTULO

A EVOLUÇAO DO TRANSPLANTE HEPATICO DE DOADOR VIVO NOS ULTIMOS 10 ANOS, SOB A PERSPECTIVA DO SISTEMA UNICO DE SAUDE

OBJETIVO

Nos últimos anos, o avanço nas técnicas cirúrgicas e a evolução nas drogas imunossupressoras possibilitaram uma melhora nos resultados dos transplantes hepáticos. Entretanto, a lista de espera aumentou mais que a capacidade resolutiva. Dessa forma, o trabalho atual justifica-se em analisar o transplante de doador vivo como uma opção terapêutica segundo a perspectiva do Sistema Único de Saúde.

MÉTODO

Estudo de caráter quantitativo e comparativo com delineamento transversal de base populacional. Os dados foram coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) em conjunto com Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Em primeiro momento cruzou-se os dados ano de atendimento do procedimento, tempo médio de internação (TMI) e taxa de mortalidade (TM), no período de Janeiro de 2009 a dezembro de 2018 referentes ao Brasil. Em seguida, analisou-se os dados no Excel 2013, calculando as alterações no decorrer dos anos.

RESULTADOS

No período selecionado, foram realizados 906 transplantes hepáticos de doadores vivos, média de internação de 19.6 dias, tendo ocorrido 107 óbitos totais e possuindo uma taxa de mortalidade de 12.04. A taxa de mortalidade iniciou com 17,86 em 2009 e encerrou com 8,79 em 2018, tendo sido 17,86 o maior número encontrado e 5,83 (ano de 2017) o menor número encontrado. Acerca do tempo médio de internação, iniciou em 2009 com 20 e encerrou em 2018 com 14,1, sendo 25,9 (em 2012) e 14,1 (2018) o maior e o menor valor encontrado, respectivamente.
Após análise, é possível verificar que, apesar de um aumento no número de procedimentos, houve uma redução de 50% na taxa de mortalidade na realização de transplante hepático de doador vivo, além de uma diminuição importante de até 30% no tempo médio de internação dos indivíduos transplantados.

CONCLUSÕES

Com base nos resultados encontrados, é possível observar um aumento considerável no número de transplantes hepáticos de doadores vivo. Apesar dessa elevação, a taxa de mortalidade obteve uma queda importante associado à diminuição do tempo de internação médio. Esse fato ocorre principalmente devido o transplante hepático com doador vivo poder ser um procedimento eletivo e com tempo de espera de poucos meses, portanto, o paciente apresenta-se em melhores condições e com possibilidade de recuperação pós-operatória mais rápida e menor taxa de complicações. Apesar dos benefícios do transplante hepático de doador vivo, esse procedimento também apresenta um maior risco de complicações, principalmente em vias biliares, portanto mais estudos são necessários, principalmente em terras brasileiras, acerca do prognóstico da cirurgia de transplante hepático de doador vivo.

Área

TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

Instituições

Universidade de Fortaleza - UNIFOR - Ceará - Brasil

Autores

Heron Kairo Sabóia Sant'Anna Lima, Antonio Victor Gouveia Azevedo dos Santos, Douglas Marques Ferreira de Lima, Afonso Nonato Goes Fernandes, Aprígio Sant'Anna Lima Neto