TÍTULO

SARCOMA DE CÉLULAS DENDRÍTICAS PRIMÁRIO DE PULMÃO: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O Sarcoma de Células Dendríticas (SCD) é uma neoplasia maligna extremamente rara, acometendo geralmente sítios linfonodais, embora possa acometer sítios extranodais em ⅓ casos como palato mole, trato gastrointestinal e mediastino. O tumor apresenta crescimento lento de células fusiformes/ovóides de bordas irregulares com diagnóstico, principalmente, histológico, acrescido da imuno-histoquímica, microscopia eletrônica e tomografia computadorizada (TC) de tórax. Os achados radiológicos para esta neoplasia na TC são inespecíficos e podem apresentar semelhanças com o Hamartoma. A ressecção cirúrgica é a medida de tratamento mais recomendada.

RELATO DE CASO

Paciente sexo feminino, 28 anos, em pós-operatório de histerectomia, procurou o serviço de cirurgia torácica para avaliar nódulo pulmonar com dimensão de 2,6 x 2,2 cm visto em radiografia de tórax. Submetido à tomografia que classificou como Hamartoma, foi tratada com segmentectomia pulmonar não anatômica por vídeo. A primeira análise histológica sugeriu tratar-se de pseudotumor inflamatório e a imuno-histoquímica, após análise de extenso painel, considerou tais hipóteses: tumor miofibroblástico inflamatório, sarcoma de células dendríticas foliculares ou outros sarcomas de baixo grau. Fez-se necessário a avaliação da peça em serviço especializado de patologia pulmonar. O diagnóstico foi de neoplasia maligna mista com componente fusiforme e de células dendríticas. Considerando a característica da doença, iniciou-se investigação de um possível foco primário, sendo realizado cintilografia, avaliação da orofaringe, PET-CT (que não apresentou atividade metabólica), considerando então uma patologia primária de pulmão. Foi submetido a lobectomia inferior esquerda por vídeo, associada a linfandenectomia mediastinal. A paciente apresentou boa evolução pós-cirúrgica, sem sinais de recidiva até o momento.

DISCUSSÃO

O SCD primário de pulmão é extremamente raro e de difícil diagnóstico. O tratamento deve ser direcionado de acordo com o comportamento biológico da doença, no entanto, vê-se a necessidade de estudos direcionados para uniformizar as condutas.