TÍTULO

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS CASOS DE NEOPLASIA DE APENDICE DO HOSPITAL NAVAL MARCILIO DIAS E OS DADOS DA LITERATURA

OBJETIVO

Encontradas em 1% das apendicectomias e responsáveis por apenas 0,5% das neoplasias intestinais, as neoplasias do apêndice são raras e pouco estudadas.
O quadro clínico confunde com abdome agudo inflamatório, obrigando cirurgiões a decidiram pelo tratamento ideal em caráter de urgência. O que piora a situação é que são diversas as possíveis estratégias de tratamento com especificidade para o tipo de tumor, localização, grau, evolução e condição clínica do doente.
Deve-se realizar apendicectomia apenas? Colectomia direita? E quimioterapia? HIPEC? Opta-se por seguimento ambulatorial? Paliação? A diversidade de opções de abordagem terapêutica somada à baixa experiência da maioria dos cirurgiões neste assunto, tornam o manejo da neoplasia de apêndice um desafio.
No Hospital Naval Marcílio Dias, observa-se um volume significativo de apendicectomias realizadas a cada ano, com cerca de 5-6 neoplasias de apêndice ao ano. Com amostra tão expressiva, torna-se possível estudar a distribuição, comportamento e abordagem das neoplasias de apêndice .
Realizou-se uma análise retrospectivo com 14 pacientes com diagnóstico de neoplasia de apêndice. Após listagem dos casos, fez-se um estudo comparativo e pode-se perceber que a apresentação clínica destes pacientes e o seguimento pós operatório a eles oferecido se aproximaram do esperado pela literatura. Entretanto, a taxa de sobrevida e as estratégias cirúrgicas não apresentaram resultados semelhantes. Os objetivos deste estudo são discutir se há melhor abordagem cirúrgica para esse tipo neoplásico, aumentar o conhecimento sobre a doença e garantir a estratégia de tratamento mais adequada.

MÉTODO

Trata-se de um estudo retrospectivo realizado no período de março de 2018 a março de 2019, com busca ativa no Prontuário Médico Informatizado por pacientes do Hospital Naval Marcílio Dias, atendidos pela Clínica de Cirurgia Geral no período de 1999 a 2019, cadastrados sob o CID10: C18.1, com comprovação por estudo histopatológico da peça ressecada cirurgicamente, tendo realizado seguimento ambulatorial no pós-operatório.

RESULTADOS

Dos pacientes avaliados, todos cursaram com a mesma apresentação clínica que a prevista no banco de dados criado por este estudo. Também realizaram seguimento ambulatorial como previsto. Entretanto, 14% dos pacientes apresentaram discrepâncias quanto à abordagem cirúrgica ideal e 92% dos pacientes superaram o taxa de sobrevida esperada.

CONCLUSÕES

Comparando esse trabalho com a literatura, observa-se a aplicabilidade de certas recomendações dos artigos. A apresentação clínica e o seguimento pós operatório dos pacientes do HNMD se aproximaram com o esperado. Entretanto, a taxa de sobrevida e as estratégias cirúrgicas não apresentaram resultados semelhantes com a literatura, sendo necessária a publicação de mais relatos de caso com vistas ao melhor esclarecimento de condução dos casos e conduta a ser adotada.