Dados do Trabalho
TÍTULO
RELATO DE CASO: TUMOR GASTROINTESTINAL (GIST)
INTRODUÇÃO
GIST é um tipo raro de tumor, 60% apresenta-se no estômago, seguido pelo intestino delgado com 20 a 30%. O entendimento da participação de genes como KIT, PDGFRA, HRAS, NRAS, BRAF e NF1 elucidam a fisiopatologia desse tumor, permitindo melhores estratégias para diagnóstico e seguimento. Exames voltados para o aparelho gastrointestinal podem evidenciar GIST assintomáticos, sendo este um achado incidental.
RELATO DE CASO
Z.B.F.A, gênero feminino, 64 anos, procedente de Vitória-ES, residente de Planaltina-DF. Viúva, do lar. Iniciou dor em cólica há 4 anos localizada em toda região do abdome e associada a náuseas, êmese e melena. Apresenta piora à ingestão de alimentos como pimenta e café, relata melhora parcial da dor após evacuar. Durante os episódios, necessitou de internação e hemotransfusão. Apresenta hábito intestinal irregular alternando entre diarréia e constipação. Iniciou acompanhamento pela gastroenterologia em Outubro de 2018, diagnosticada com tumor estromal gastrointestinal (GIST) em jejuno. Nega febre e perda de peso. Paciente ainda apresenta comorbidades: HAS, insuficiência cardíaca, diabetes e hipercolesterolemia.
Ao exame, paciente apresentava dor à palpação profunda em epigastro e FIE, sem visceromegalias. Os demais sistemas encontravam-se dentro da normalidade.
Em TC de abdome realizada em agosto de 2018: Massa lobulada medindo 48 x 57 x 47 mm à direita da linha média em íntimo contato com alças de jejuno regionais, provavelmente originando-se das mesmas. Esta massa apresenta realce hipervascular na fase arterial com diversos vasos nutridores que se originam da artérias mesentérica superior e também
DISCUSSÃO
O quadro clínico de GIST é caracterizado por sangramento do trato gastrointestinal, distensão abdominal e sintomas compressivos. Dada a localização do tumor a nível de submucosa e característica não invasiva em relação a outras lesões carcinomatosas, o paciente pode permanecer assintomático até que atinja estágios mais avançados, momento em que geralmente o diagnóstico é feito. A faixa etária de diagnóstico ocorre sobretudo aos 60 anos, porém não apresenta faixa etária modal de incidência.
O GIST, com poucas exceções, apresenta comportamento indolente, de progressão lenta e sem invasão linfonodal. Além, a metástase para áreas extra-abdominais é rara no estágio inicial da capacidade metastática.
A conduta para GIST sintomático é a ressecção cirúrgica, como indicado para a paciente. A localização em jejuno e seu tamanho indicam a cirurgia. Pacientes assintomáticos apresentam condutas a depender das característcas da lesão. O diagnóstico é conclusivo após análise anatomopatológica e imunohistoquímica.
Os guidelines não apresentam total concordância no seguimento após a cirurgia, o intervalo de realização de TC dependerá do risco de recorrência e da terapia adjuvante.
Área
INTESTINO DELGADO
Instituições
unb - Distrito Federal - Brasil
Autores
Adriano Pamplona Pamplona Torres, Jéssica Danielle Oliveira da Silva, Marina Prado e Silva Gonçalves Rosa