Dados do Trabalho
TÍTULO
DAMAGE CONTROL APLICADO A CIRURGIA CARDIACA
OBJETIVO
A utilização do termo “Damage Control” em Medicina, refere-se a estratégias cirúrgicas voltadas para redução do tempo cirúrgico e reparo imediato das lesões a fim de restaurar os parâmetros fisiológicos do paciente. Inicialmente essa abordagem foi utilizada em pacientes moribundos e vítimas de traumas, em especial nos traumas abdominais. Entretanto, esse método também é utilizado no tratamento de lesões ortopédicas e vasculares. Na Cirurgia Cardíaca, essas técnicas podem ser utilizadas principalmente no controle de hemorragias, hipotensão e prevenção da acidose consequente do ato operatório. O objetivo deste trabalho é mostrar os benefícios que essa técnica pode trazer a subgrupos de pacientes submetidos à Cirurgia Cardíaca.
MÉTODO
É um estudo observacional longitudinal descritivo realizado entre 2015 a 2017 no serviço de Cirurgia Cardiovascular na cidade de Maceió em três pacientes submetidos à cirurgia de troca valvar com todos apresentando acidose metabólica refratária. Essa técnica consiste na colocação de compressas estéreis de 15 x 15 cm em “sanduiche” na sua dobradura contendo gelfoam hemostático em seis unidades e quatro tubos de cola biológica embebidas com 1,5 g de cefuroxima. Este PACK em um dos seus ângulos foi fixado por uma fita cardíaca que ficou direcionada no tecido celular subcutâneo 5 cm abaixo do ângulo inferior da ferida operatória, onde pôde ser retirado por túnel subcutâneo subxifoide com incisão de 4 cm na pele puxados pela fita cardíaca sepultadas durante a toracotomia.
RESULTADOS
Após a saída da circulação extracorpórea durante o ato cirúrgico, sangramento do tipo “INAP” foi diagnosticado sendo realizada a técnica descrita acima, obtendo resultados satisfatórios, pois os pacientes não necessitaram de reoperação nas 24h seguintes, estabilizaram hemodinamicamente, evoluíram sem infecção e encontraram-se em follow-up em período de 203, 425 e 790 dias, respectivamente.
CONCLUSÕES
A aplicação do Damage Control pode ser importante em subgrupos de pacientes propícios a sangramentos elevados, como nos casos de reoperação, onde os riscos acabam sendo mais elevados e, apesar de não existir estudos multicêntricos prospectivos randomizados controlados, a técnica é conhecida por cirurgiões de várias especialidades. Parece que em situações extremas, como nos sangramentos do tipo INAP, essa técnica acaba sendo uma última alternativa para evitar alta letalidade neste grupo de pacientes.
Área
CIRURGIA TORÁCICA
Instituições
Centro Universitário Tiradentes - Alagoas - Brasil
Autores
Alfredo Aurélio Marinho Rosa Filho, Alfredo Aurélio Marinho Rosa, Pedro Henrique Torres Felix, Alice Wanderley Rosa, Emanoela da Silva Gonçalves, Olimpio Barbosa da Silva Neto, Iago Moura Aguiar