Dados do Trabalho
TÍTULO
RELATO DE CASO: FISTULA RETOVAGINAL POS EPISIOTOMIA
INTRODUÇÃO
Fístulas retovaginais são comunicações anormais através de um caminho epitelializado entre o reto e a vagina.Uma pequena parte das pacientes portadoras de fístula retovaginal é assintomática, ), outra pequena parte apresenta sintomatologia apenas durante episódios de diarreia, mas na grande maioria dos casos tem-se a perda frequente de gases e fezes através da vagina e/ou secreção com odor fecalóide, sintomas esses que são inaceitáveis para uma vida digna, levando à modificação do convívio social,crise conjugal, perda do trabalho, culminando com o total isolamento da paciente.
RELATO DE CASO
ASM, 25 anos, branca, solteira, estudante, primípara, pós-parto vaginal ocorrido há sete dias, comparece ao pronto socorro obstétrico relatando saída de fezes e gases pela episiorrafia. Ao exame físico apresentava deiscência de sutura associado a sinais de infecção, lesão em parede retal anterior e em parede vaginal posterior de aproximadamente 0,5cm. Após quatro dias de internação hospitalar a paciente foi avaliada em conjunto com a equipe da Cirurgia Geral em que optou-se inicialmente por alta hospitalar, tratamento conservador com antibioticoterapia com Ciprofloxacino 500mg e Metronidazol 400mg por sete dias e encaminhamento para o ambulatório de Coloproctologia para avaliar tratamento cirúrgico posterior. A paciente retornou ao ambulatório de Coloproctologia após um mês e término do esquema de antibiótico relatando melhora do quadro e parada de saída de fezes pela lesão. Ao exame físico apresentava melhora do aspecto da lesão, com cicatrização completa da episiorrafia, porém ainda apresentava trajeto fistuloso entre o reto e a vagina de menor tamanho. Está programada a abordagem cirúrgica da fístula após seis meses do início do quadro, como determina na literatura.
DISCUSSÃO
A paciente do caso descrito é um exemplo de complicação decorrente da episiotomia por apresentar posterior fistula retovaginal perceptível no seu sétimo dia após parto vaginal. Conforme analisado, a fistula retovaginal possui tratamento. Inicialmente, deve-se intervir no processo inflamatório local, com antibioticoterapia, conforme foi realizado no caso clínico exemplificado, em um período de 2 a 6 meses, pois existem relatos que apontam para o fechamento das fistulas menores com essa abordagem. Após a resolução da inflamação, havendo ainda a necessidade de fechamento, a abordagem cirúrgica deve ser realizada. O tratamento cirúrgico possui excelentes resultados em fistulas com etiologia do trauma obstétrico.
Área
COLOPROCTOLOGIA
Instituições
UniFOA - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Luana Vital Koike, Isabelle Robaina da Glória, LARISSA MARIA OLIVEIRA DE CARVALHO, Mariana Bastos de Almeida, RAFAELLA REHEM MACHADO, Bruno José Martini Santos, Leonardo Amorim Formaggine